Quando você está criando uma marca forte, é importante que seus consumidores identifiquem sua empresa mesmo sem ver diretamente seu logotipo. Eles precisam saber diferenciar você de seus concorrentes. E também conseguir associar todas as peças de comunicação que você produz como fazendo parte da mesma coisa.
Isso é feito através da identidade visual. Uma estratégia para transmitir visualmente sempre a mesma harmonia e objetivos, sem mensagens conflitantes. Dessa forma seu público não precisa aprender sobre você toda vez que entra em contato com uma peça gráfica nova. Ela já tem bastante conhecimento acumulado sobre sua marca, e logo faz a associação.
Vamos fazer um jogo rápido. Você conhece a operadora de celular OI, certo? Se você tiver que apontar qual dos anúncios abaixo é referente a um produto da OI, qual seria? A, B ou C?
Se você respondeu B, parabéns, você soube identificar uma empresa através da sua identidade visual.
É evidente que uma boa identidade visual é apenas uma parte do processo de Branding. Existem diversos outros pontos que ajudam nesse reconhecimento. Mas este é um dos mais básicos e rápidos de implementar. E se mal feito, pode jogar contra sua empresa.
Tipos de identidade visual:
Toda marca precisa ter uma identidade institucional forte. Ela é referente a sua empresa. Deve ser associada com sua marca global. É o caso marcas como Coca-Cola, Walmart ou SBT. Você rapidamente associa elementos visuais – seja em propaganda ou embalagem – a empresa.
Mas é comum também que grandes empresas tenham identidades separadas para cada produto. Seguindo no exemplo do refrigerante, você também identifica fortes identidades de seus produtos, como Sprite, Fanta e Coca-Cola zero. Isso ajuda que produtos com personalidades diferentes destaquem seus valores ao público.
Algumas vezes é interessante que as marcas secundárias possuam uma identidade mais forte que a marca principal. Outras vezes isso acontece de forma natural, devido a percepção do público. Você provavelmente reconhece a marca da Skol de longe. Mas talvez não reconheça a identidade da empresa proprietária da marca, a Ambev.
O contexto pode mudar tudo.
Dependendo do contexto, essa associação pode ser bastante rápida ou muito lenta. Por exemplo: se você está buscando informações sobre futebol no sul do país, saberá identificar rapidamente qual produto é relacionado ao grêmio e qual ao internacional. As cores são o suficiente. Da mesma forma, se você está na prateleira do mercado, de longe consegue identificar onde está a Coca-cola e a Pepsi.
Veja bem, são os mesmos elementos visuais. Mas o contexto fez seu cérebro rapidamente associar a empresas diferentes. Interessante, não?
Construindo uma boa identidade visual:
Lembre-se, o principal objetivo de ter uma identidade visual forte é ser reconhecido. E para isso existem diversos caminhos, o mais comum é unidade e persistência.
Os seus clientes devem reconhecer uma unidade nos materiais gráficos vindos da sua empresa. Suas cores, tipografia, elementos e estilos devem ser bastante similar em todas as mídias. Se quando eu entro no seu site eu vejo bastante verde e marrom, com um certo estilo de tipografia. Eu espero que ao frequentar sua cafeteria eu encontre as mesmas cores e fontes. Quando estiver na rua, procurando seu endereço irei rapidamente encontrar se a fachada da sua loja for similar ao que já vi antes.
Algumas vezes pode parecer meio sem graça, e até mesmo pouco criativo repetir sempre os mesmos elementos. Mas é isso que faz as pessoas associarem esses elementos a sua marca, e todas as suas peças de comunicação entre si.
Ao contratar um profissional para cuidar do material gráfico da sua empresa, sempre solicite que ele siga as diretrizes pré-estabelecidas de identidade visual. Envie para le todas as peças que você já tem (cartazes, logo, cartão de visitas) e peça que ele mantenha a unidade entre tudo.
Claro que você não precisa se limitar a usar 100% dos mesmos elementos. Um bom profissional sabe medir o quanto ele deve adaptar a peça em questão e quanto ele deve seguir da identidade visual pré-estabelecida.
Na dúvida, retire seu logotipo e verifique se uma pessoa de fora (um cliente, ou amigo) consegue associar a nova peça a sua empresa. Se ele ficar confuso, talvez seja necessário repensar a arte.
Manual de identidade visual
Quando um profissional cria seu logotipo, é comum que eles produzam um Manual de Identidade Visual. Este documento se trata de um guia completo sobre a forma correta de aplicar a sua marca em peças diversas. Ele serve para ajudar você a manter uma boa unidade entre todas as peças de comunicação da sua empresa.
Lá estão descritos as principais fontes, cores, elementos e instruções gerais que você ou outro profissional devem sempre seguir para que as novas peças mantenham as características pensadas originalmente.
Solicite esse documento quando estiver orçando a criação da sua marca. Ou caso você já tenha o logotipo, mas não tenha este guia, você pode contratar outro designer apenas para produzir esta peça.
Ela te ajuda bastante no dia a dia e garante que todas as suas peças conversam entre si.
Alguns itens comuns de um Manual de identidade:
- Cores principais e secundárias
- Família tipográfica principal e secundária
- Elementos visuais (como ícones e ilustrações)
- Aplicações do logotipo em fundos diversos
- Determinações gerais (redução mínima da marca, aplicações de marca secundária, etc)
Esses elementos podem variar bastante. Cada identidade possui suas próprias características. E o tempo e verba disponível para construir esse documento também influência. Quanto mais detalhado e complexo for, maior será o investimento necessário.
Referências interessantes:
- Confira o Manual de Identidade Visual do Senac para ter como exemplo.
- Alguns exemplos de boas identidades visuais