Um dos maiores erros que uma empresa pode cometer é achar que tem a resposta para todas as perguntas.
Geralmente quando iniciamos, ainda temos muitas dúvidas básicas: Como vai chamar a empresa? Quais serão os pratos do restaurante? Qual o melhor layout para meu site?
A maioria dessas perguntas demandam horas de sono perdido por parte do empreendedor tentando chegar na resposta ideal. Mas a verdade é: Nem sempre existe somente uma resposta certa, e se existir, provavelmente quem irá encontrar não é você.
Testando hipóteses
Hoje um dos pensamentos mais conceituados no empreendedorismo é “Teste rápido, falhe rápido, concerte rápido”. Você pode passar dias tentando tomar uma decisão que poderia ser respondida com precisão pelos seus próprios clientes em horas.
Para isso, basta você formular algumas hipóteses e testar a aceitação com o público. Por exemplo:
Se você está na dúvida de quais pratos colocar no menu de um restaurante, porque não fazer duas versões do mesmo menu e testar quais são aqueles que sempre vão sair e quais aqueles que os clientes sentem falta?
Quando o garçom distribuiu os menus ele anota qual modelo foi passado para o público, e depois você compara com os pedidos feitos. O mesmo pode valer para os preços. Teste diferentes menus, com diferentes preços, e avalie como isso impacta na aceitação de um determinado prato.
Isso vai dar um certo trabalho, claro, mas lembre-se que não é para sempre. É apenas por um curto período até que você tenha dados suficientes. Pode ser uma semana ou um mês. Você decide.
Teste A/B
O exemplo do restaurante acima é apenas para ilustrar como você poderia implementar testes no mundo off-line. Mas se estamos falando de um produto digital, como um e-commerce, um site institucional ou mesmo um software, as possibilidades são infinitas.
Existem diversas técnicas de testes que podem ser implementadas, tudo depende do seu objetivo. Uma das mais simples e com resultados poderosos é o Teste A/B.
Geralmente conduzida por um profissional de marketing ou um UX designer, os testes A/B são basicamente comparar duas versões da mesma coisa, com pequenas variações para validar qual das duas cumpre um objetivo melhor.
Esse objetivo poder ser preencher um formulário, comprar um produto, clicar em um link, ou utilizar uma determinada função dentro de um software. Exatamente como o exemplo do restaurante.
A diferença, é que aqui estamos falando de produtos digitais, o que torna a tabulação dos resultados infinitamente mais simples e rápida. Dependendo da sua audiência, em minutos você pode ter a resposta sobre qual das três opções de título no seu site convence o seu público a clicar em um link.
Outra vantagem de testes digitais, é que além de apresentar resultados em tempo real, ele te permite segmentar muito facilmente.
Você pode segmentar por apenas pessoas do Brasil, ou que já compraram na sua loja anteriormente, ou mesmo que chegaram até você através de um determinado canal (Google, link afiliado, etc).
Um exemplo prático:
Aqui no Coworking Brasil nós testamos várias coisas. Por exemplo, você está lendo esse artigo em uma seção que chama muito provavelmente “Como empreender”. Basta olhar lá no topo, no menu superior.
Mas esse não foi o nome originalmente pensado. A primeira ideia era que a seção chamaria “Biblioteca”. Afinal, trata-se de uma biblioteca de conhecimento. Eu e mais 7 pessoas concordamos que o nome Biblioteca fazia sentido e era a melhor opção.
Mesmo assim, decidimos testar nomes diferentes. E durante um mês, cada vez que alguém acessava o site o menu “Como empreender” exibia um nome diferente. Eram 5 opções no total.
Note a linha verde. Ela é referente a opção biblioteca. Perceba como nos 3 primeiros dias ela estava em primeiro, convertendo mais cliques. Isso confirmava nossa hipótese de este ser o melhor nome. Nesse momento, mais de 400 pessoas já haviam participado do teste.
Mas então, a partir do 4º dia, o cenário mudou. A linha verde caiu, e a roxa assumiu a liderança. Assim continuou estável até o final. E depois de 22 dias, e mais de 6.000 pessoas testadas, validamos que o nome que mais convencia as pessoas a clicarem no link era “Como empreender”.
Nossa hipótese inicial, a linha verde, terminou o estudo em último lugar. Se tivéssemos seguido com ela, poderíamos estar perdendo 5 a cada 10 acessos.
Lembre-se que esse exemplo foi em relação a acessos a uma página no site, mas poderia ser em relação a pessoas comprando ou não seu produto.
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Sempre que não tiver certeza absoluta sobre algo, considere a ideia de deixar seu público responder essa pergunta. Existem várias técnicas para isso, vamos falar sobre outras no futuro. Não deixe de assinar a newsletter para não perder os próximos artigos.