Como vocês já devem ter percebido gosto de falar de assuntos que fazem a gente pensar. Estudar, entender, aplicar e analisar de forma profunda alguns conceitos pode nos ajudar a melhorar nossa vida e nossos negócios. Desta vez, quero falar com vocês sobre o Design Thinking.

Em sua essência ele tem uma temática interessante, pois visa solucionar problemas e promover o bem-estar na vida das pessoas. Pode parecer um pouco filosófico ou “conceitual demais”, não é verdade? Porém, ao longo deste artigo você verá o que é e como aplicar o Design Thinking no seu dia a dia. Vamos lá?

Afinal, me explique o que é o Design Thinking?

Explico sim. Bom, conceitualmente o Design Thinking é uma abordagem da área do Design formatada especialmente para empresas. A sua alma prevê a união e o trabalho colaborativo entre as diversas áreas da companhia em busca de um objetivo comum. De forma criativa, ele assume que todos têm potencial para resolver o problema do cliente. Seu precursor foi Tim Brown, CEO da Ideo, consultora em Design dos Estados Unidos. Suas premissas passam por itens como:

– A inovação acima de tudo. Não é fazer mais do mesmo. É estudar a fundo como gerar valor percebido ao seu cliente. De que forma ampliar seus serviços e/ou produtos e atingir em cheio uma necessidade ou “dor” do seu consumidor;

– A satisfação do cliente como objetivo. Não pense que é apenas a satisfação de sua necessidade ou vontade como consumidor. É a satisfação plena, do início ao fim, do primeiro ao último contato.

– Pensar como designer, sem ser da área. Todo funcionário também é um consumidor. Por conta disso, o Design Thinking prevê que todos têm a capacidade de observar aspectos que influenciam a decisão de compra.

– Foco na experiência do consumidor. O Design Thinking prevê questionamento e pensamento. Tudo isso voltado para a experiência de consumo do cliente. Se esse teste não for positivo, o consumidor não volta, certo?

– O consumidor como colaborador da criação da solução. Ui, confuso, mas é isso mesmo! Os Designers Thinkers, ou seja, a nova geração de Designers veem o consumidor como a principal fonte de informação e, consequentemente, de colaboração para que a inovação aconteça. Não é a empresa impondo regras. É o cliente e a empresa em um trabalho conjunto, visando o bem coletivo.

Como aplico esses conceitos no meu dia a dia?

Basicamente, o Design Thinking usa a percepção ou o olhar do consumidor final para buscar a inovação. Seja para o produto ou serviço, ter essa visão do cliente é fundamental para o aprimoramento de processos e a evolução como empresa. Vamos ver então de que forma isso pode ser aplicado no seu dia a dia?

1) Cuidado com a força de vendas e atendimento: não é de hoje que sabemos que a equipe de ponta, ou seja, quem está cara a cara com o cliente, é a maior fonte de informação que se pode ter. Quanto mais engajada e focada no cliente essa equipe for, melhor suas chances de inovar e aplicar o Design Thinking. O seu funcionário precisa saber coletar informações importantes dos seus clientes e se colocar no lugar dele para buscar novas soluções. Além disso, essa é uma das melhores estratégias para descobrir os pontos de falha do seu produto ou serviço.

2) Seja adaptável: é claro que toda empresa tem regras, diretrizes, posicionamentos e processos definidos. Porém, é preciso ser adaptável. Hoje você segue por um caminho, mas amanhã pode ser preciso seguir por outro. O que não pode acontecer é o “engessamento”. A inovação e, consequentemente, o Design Thinking, prevê estar aberto às mudanças. Quando você vai perceber que essa hora chegou? Nos seus clientes, nos seus funcionários, no seu dia a dia…

3) Não se desespere ao errar: isso sempre fará parte de qualquer processo de inovação. Exatamente por isso, antes de fazer a mudança de fato, é preciso seguir o passo a passo do Design Thinking:

– Imersão ou entendimento da necessidade

– Ideação ou criação

– Prototipação ou teste do novo produto ou serviço

– Desenvolvimento e aplicação (colocar em prática, entrar em ação)

Dessa forma, você reduz a chance de errar. Tudo que você faz no “escuro” ou sem estudo prévio, tende a dar errado. Mas, se ele acontecer, não se desespere. Saiba ouvir o que prejudicou sua mudança e encontre novamente o caminho.

4) Pense nas pessoas: como vimos lá em cima, o Design Thinking visa melhorar e transformar a vida dos seres humanos. Por isso, em qualquer decisão que precisar tomar tenha isso em mente. Questione-se: se fosse comigo, eu gostaria que acontecesse dessa forma? Me sinto feliz, pleno e satisfeito com esse processo? Qual meu sentimento ao usar esse produto? A cor é agradável? E a textura? Além de se questionar e aplicar a você, teste com outras pessoas, dê degustações aos clientes, teste, teste, teste…

5) Estimule a geração de ideias: uma das piores coisas que você pode fazer pela sua empresa é impedir o livre pensamento. As grandes ideias surgem dos momentos de descontração, de humor, de troca e daquelas reflexões que parecem as mais “idiotas”. Por isso, estimule todas essas interações. Se for preciso, crie a hora, o dia, o momento, a reunião da troca de ideias.

6) Tenha equipes multidisciplinares: a diversidade é uma das melhores características que uma empresa inovadora pode ter. Por isso, procure pessoas com vivências, experiências, tendências, opiniões e atitudes diferentes. Claro que, nessa busca, você precisa ter cuidado com a gestão de conflitos. Portanto, será necessário procurar profissionais que tenham uma característica em comum: a vontade de crescer juntos.

Continue por aí…

Se você gostou do assunto e quer aprender um pouco mais, existe um e-book gratuito sobre o tema, voltado para a inovação nos negócios. Além dele, a Endeavor, referência para empreendedores e pequenas e médias empresas, também possui um material interessante sobre o tema. E uma outra fonte interessante de informação é o livro do precursor do Design Thinking, o Tim Brown, que em 2009 lançou o bestseller “Design Thinking – Uma metodologia poderosa para decretar o fim das velhas ideias”.

Para quem se interessa por essas novidades e pelo tema de inovação de uma forma geral, recomendo a leitura desses materiais e a troca de ideias com profissionais da área. Você já aplica alguma técnica ou atividade voltada para a inovação? Por aqui, costumo abusar da leitura e das conversas com os mais diversos profissionais. Cada experiência, vivência e inteligência tem alguma coisa a nos ensinar e para nos fazer pensar e repensar os caminhos que estamos seguindo.

E você, conta para a gente o que faz por aí e vamos conversar?