Hoje em dia tudo é conectado de alguma forma à internet. Quando eu falo tudo, não pense que é exagero. A Internet das Coisas (Internet of Things (IoT), em inglês) pode parecer novidade, mas já está inserida na nossa vida há algum tempo. Pensando nessa conexão e em como isso pode influenciar rotinas e atividades diárias, vou explicar um pouco melhor o conceito e dar dicas de como usar a IoT a seu favor no dia a dia. O foco aqui não é falar sobre os aparelhos convencionais como celulares e computadores, mas sim sobre as novidades e o que está por vir.

Começando pelo conceito da Internet das Coisas

Basicamente o termo refere-se a objetos que têm acesso à internet para as mais variadas funções. Já pensou em ter uma geladeira que te avisa quando um alimento está acabando? Ou ainda que permite que você compre mantimentos por uma tela acoplada a ela? Essa tecnologia está aí e chegando cada vez mais perto de nós. Eletrodomésticos, automóveis e até mesmo roupas são apenas alguns dos objetos que podem estar conectados.

A ideia da Internet das Coisas começou a ser formulada em 1991 com a popularização do acesso à web. Bill Joy, sócio de uma empresa norte-americana chamada Sun Microsystems foi o primeiro a sugerir a conexão de objetos à internet.

Mas foi em 1999 que Kevin Ashton, membro do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos EUA, criou o termo Internet of Things. Para ele essa tecnologia viria para revolucionar o mundo e permitir a economia de recursos naturais e energéticos, por exemplo.

Em 2009 Ashton publicou um artigo contando sua visão sobre essa revolução tecnológica e usando o termo Internet das Coisas. Foi assim que a expressão se popularizou e o tema passou a ser discutido e apreciado por muitas pessoas.

A Internet das Coisas no Brasil

Como sabemos, nosso país sempre está um pouco atrás do restante do mundo quando falamos em aplicação de tecnologias. Com a IoT não é diferente. Algumas empresas já oferecem serviços, produtos e soluções conectadas a objetos por aqui, como a Cisco, por exemplo. A organização tem especialistas que trabalham no desenvolvimento e uso dessa tecnologia para diversas empresas.

Em nosso país, os segmentos de segurança, entretenimento, agricultura e telefonia são alguns dos que já utilizam o recurso. Com câmeras de alta definição conectadas à rede e fornecendo imagens em tempo real via web é possível proteger muito mais. A realidade virtual ou aumentada em óculos conectados a smartphones e TVs já está disponível nas lojas.

O crescimento tende a ser lento, mas gradual e constante. Inclusive, já existe no Brasil um evento online para discutir o tema: o IoT Summit. Na edição deste ano, a primeira realizada e totalmente online, os especialistas do setor confirmaram essa tendência de crescimento tímido. A previsão é que em 2025 serão entre 100 e 200 milhões de objetos conectados no país.

Principais objetos conectados e como usá-los a seu favor

Acredito muito que a tecnologia pode e deve ser usada para facilitar a nossa vida e até mesmo salvá-la. Por isso, resolvi colocar aqui alguns objetos conectados que podem fazer a diferença no nosso dia a dia e contribuir de alguma maneira para o nosso bem-estar. Dá uma conferida na lista.

1) Relógios ou smartwatches

Quando conectados podem ter infinitas utilidades além de mostrar as horas. Muitos, por exemplo, possuem dispositivos de emergência para idosos ou pessoas com doenças como epilepsia. O “alarme” do relógio pode ser acionado pela pessoa ao ter algum sintoma ou por estímulos recebidos pelo aparelho. Ao ser acionado o aparelho envia mensagens de “socorro” automaticamente para os familiares. Além disso, os smartwatches podem vir com aplicativos de música, contadores de passos, personal trainers virtuais, entre outras facilidades.

2) Câmeras

Tanto para a segurança patrimonial quanto para a pessoal, a conexão de câmeras com a internet e dispositivos tem sido uma das que mais crescem. Alguns exemplos:

– Manutenção de equipamentos: para quem trabalha consertando elevadores ou outros equipamentos industriais o uso de câmeras online é fundamental. Através da captação de imagens em tempo real e conexão dos aparelhos a um sistema de call center e vigilância online é possível auxiliar os funcionários no serviço de manutenção e até mesmo, em caso de emergência, enviar socorro imediato.

– Roubos: hoje já existem carros com uma tecnologia online e aplicada em câmeras que grava e reconhece o rosto dos proprietários. O escaneamento da face é automático, logo que o dono entra no veículo. Caso alguém roube o carro e o equipamento não reconheça seu rosto é enviada uma mensagem automaticamente para o celular do proprietário, através de um aplicativo, informando o ocorrido. Outros dispositivos ainda fazem com que o veículo não possa ser ligado nesses casos.

3) Óculos de realidade virtual

Esse tipo de equipamento conectado pode ser usado para ensino, lazer e até mesmo para terapias alternativas. Por ser super realista, o aparelho pode funcionar como um simulador, trazendo boas sensações ou diversão para quem o utiliza. Para ver filmes ou jogar, por exemplo, são ótimos!

Ainda existem versões dos smartglasses que têm o recurso de 360º permitindo uma experiência diferenciada do usuário com o ambiente virtual. No ensino, alguns médicos têm utilizado o recurso para estudar mais a fundo e em detalhes o corpo humano.

Um conselho: não exagere no uso deles, podem ser viciantes! Tudo que é demais acaba fazendo mal.

Para quem quer mais informações

Quem deseja acompanhar as novidades dessa revolução tecnológica o portal Tecmundo tem uma editoria especial que trata da Internet das Coisas. Além disso, existem alguns livros que aprofundam o assunto. Minhas recomendações são:

– Internet das Coisas – Introdução básica do autor Pedro Coelho (mais explicativo do conceito, evolução e tendências)

– Tecnologias Emergentes de Cezar Taurion (mais voltado para quem quer utilizar essa revolução tecnológica como um diferencial competitivo para o seu negócio)

Gostou do tema? Você usa algum objeto conectado no seu dia a dia (além dos óbvios como celular e computadores)? Me conte um pouco da sua relação com a Internet das Coisas e vamos conversar!