Com todas as mudanças que o mercado de trabalho vem sofrendo, os profissionais que decidem trabalhar como ‘freelas’ têm aumentado. Alguns optam por pegar alguns jobs nas horas vagas, mas cada vez mais gente, por diversos motivos, escolhe ser freela em tempo integral. E o pessoal do Aparelho Elétrico lançou no último mês um estudo sobre o perfil do Freelancer 2018.

Diferente de 2017, a pesquisa deste ano focou apenas nos profissionais que trabalham como freelancer em tempo integral. Dessa forma fica mais clara a compreensão de perfil, motivações, principais problemas, renda e estilo de vida dos profissionais.

Por ser um formato de trabalho ainda bem novo no Brasil, um estudo desse estilo é importante para entendermos melhor como funciona essa tendência. O que é mito e o que é verdade? Diante do atual cenário do mercado de trabalho, vale a pena entrar nessa?

A partir dos relatos de mais de 600 freelancers que participaram da pesquisa de forma voluntária, podemos visualizar em números como funciona esse mercado. Você pode conferir o estudo completo aqui, mas nós destacamos alguns dos pontos que mais chamaram atenção.

Qual é o perfil do freelancer 2018?

Por enquanto, a maioria dos freelas segue sendo de homens. Eles são 59%, e a faixa etária média (53%) é de 25 a 34 anos. Em seguida (22%) aparecem os profissionais entre 18 e 24 anos.

Cerca de 39% dos freelas são casados e 78% não possuem filhos, enquanto 56% têm pets. Há um certo equilíbrio quanto a localização: 55% moram em capitais, 45% moram no interior.

No quesito locomoção, os números são bem variados. Mas, ainda assim, os que possuem carro são maioria (34%), seguido dos que utilizam ônibus (21%) e do que usam apps que transporte (14%).

Quais são as principais especialidades dos freelas?

São dois os ramos que mais proporcionam profissionais freelancers para o mercado: criatividade e tecnologia. Enquanto 43% dos freelas trabalham com Design, o restante da porcentagem está bem dividido, passando por áreas como Marketing, redação, produção de vídeos e fotografia. Os dois nichos que fogem um pouco do padrão são arquitetura e profissionais de eventos.

Outro dado interessante é que 72% dos freelancers se consideram generalistas, o que deve facilitar na hora de pegar mais jobs.

Onde eles trabalham?

Aqui vem um fator bem importante no desenvolvimento da carreira dos freelancers. Onde eles costumam exercer suas atividades?

A fatia de freelas que usa os espaços compartilhados ainda é bem pequena, algo que pode ser explorado pelos coworkings. Ainda segundo o estudo, 48% dos novos clientes vem por indicações, e a outra parte acontece por meios variados. Agora, imagine como um escritório compartilhado pode ser positivo nesse processo? Novos contatos podem surgir diariamente através de coworkers ou rodas de networking proporcionadas pelo coworking.

Para quem ainda não tem receita suficiente para locar uma estação de trabalho full-time, uma boa ideia é fechar um pacote de horas mensais, ou então alguns turnos por semana. Sair um pouco do home office, principalmente para fazer novos contatos, é essencial para quem almeja uma carreira sólida e sustentável.

Quanto tempo os freelancers dedicam ao trabalho?

Ao contrário do que muita gente pensa, que é muito fácil a vida do freela que trabalha por conta e pode fazer seus horários, 38% dos profissionais declarou trabalhar mais de 8 horas por dia.

De qualquer forma, 44% dos freelas acredita que mantém uma carga horária equilibrada — logo na sequência estão 31% que acreditam trabalhar mais do que deveriam.

Quando o assunto é férias, os índices podem até ser balanceados, mas chama bastante atenção o fato de que mais da metade dos profissionais não tira férias.

Qual é a renda média do freela?

Outro ponto bastante importante a ser considerado ao entrar na vida de freelancer é a renda média. Quanto você deseja ganhar por mês? E quanto você acredita que pode faturar com os jobs que imagina fechar? O que a pesquisa provou é que na maioria dos casos as expectativas não são compatíveis com a realidade.

A maioria dos freelas (34%) ganha entre R$ 1.000 e R$ 2.500 mensais, e quando se fala em perspectivas, a maior fatia dos profissionais (41%) declara que deseja receber entre R$ 2.500 e R$ 5.000. Para complicar um pouco mais, apenas 25% dos profissionais afirma ter outras fontes de renda como aulas, investimentos, aluguel e produtos próprios.

Antecipando o próximo item e resumindo o tópico sobre receita: 30% dos frelancers afirma que a renda variável é a maior dificuldade enfrentada nessa jornada.

Quais as principais motivações e as maiores dificuldades?

É interessante analisar as motivações que levaram os profissionais a se tornarem freelancers. Os principais impulsos envolvem liberdade e dificuldade no mercado de trabalho:

Quando questionados sobre as maiores dificuldades, as respostas foram bem variadas:

E o futuro, como fica?

A vida de freela não é fácil, como pudemos perceber, mas ainda assim parece valer a pena, seja pela qualidade de vida ou pela liberdade de se fazer o que gosta. Esse formato de trabalho ainda tem muito a crescer, mas o saldo é positivo: 52% se considera bem-sucedido como freelancer.

O futuro é incerto, como comprovam os 68% de profissionais que não possuem plano de aposentadoria. Para os próximos anos, algumas são as perspectivas:

Vale comentar que nós apenas pincelamos alguns dos principais dados do estudo. Para conferir todos os dados e as análises, corre lá no Aparelho Elétrico!

Ah, neste link aqui você pode conferir um estudo realizado em 2017, caso queira comparar dados e entender melhor o desenvolvimento das tendências.