Da CLT ao empreendedorismo: deixando a segurança da carteira assinada de lado
Vale a pena deixar o conforto de uma carteira assinada pra trás e se aventurar em uma carreira independente? E a falta de estabilidade, será que é um problema?
Este artigo foi escrito por
Carolina Machado.
Algumas palavras sobre a minha transição de empregada CLT e freelancer part-time para empreendedora full-time.
Eu quero ser livre!
Vejo por aí muita gente que gostaria de “ser livre”, mas tem medo de soltar as amarras. O que é bem normal quando é preciso pagar contas, aluguel, ajudar a família no sustento (ou provê-lo todo sozinho). Até aí sem novidades. A questão é que dá para minimizar o impacto da transição quando planejamos nossos próximos passos na carreira.
Não pense que é só jogar tudo para cima e ir vender sua arte na praia (bom, para alguns até é – sorte deles!). Minha experiência foi até bem diferente disso, pois a transição entre o emprego e o empreendedorismo foi lenta e cheia de passos inseguros.
O empreendedorismo, com todos os seus altos e baixos, acabou se tornando meu
porto seguro.
Sou revisora e redatora de textos. Tenho empresa desde 2011, mas só entre o fim de 2014 e o início de 2015 é que me tornei empreendedora full-time. Antes disso, tinha medo de largar tudo e viver só dos meus freelas. A verdade é que o emprego também nos proporciona vantagens e nem sempre é fácil desconsiderá-las para mudar de vida. (Como abrir mão de um ótimo e baratinho plano de saúde? :P)
Mas o ponto-chave é que o tempo como CLT e freela part-time me ajudou bastante a me estabelecer no mercado e amadurecer meu lado empreendedor. Embora seja mais cansativo ter dupla jornada de trabalho para quem passa 12h fora de casa, ter aquela renda garantida no início poupa o empreendedor de muitas dores de cabeça para fechar as contas no fim do mês. Ajuda também a aumentar a experiência, detectar problemas que possam ser resolvidos, estabelecer uma rede de contatos — caso você decida empreender na mesma área em que trabalha.
Mudando o mindset
Chegará a hora em que uma chavinha virará na sua cabeça e você dirá: “Estou pronto! Já tenho alguma clientela fixa, já tenho alguma experiência para administrar meu tempo e meus ganhos sozinho, já sei me virar como gente grande.” Então acontece.
Blog profissional da Carolina. www.revisaoparaque.com
Para mim, a chavinha foi a decisão de passar um tempo fora do Brasil e a certeza de que não queria depender de conseguir um subemprego (o que é bem difícil quando se chega num lugar novo, sem referências e sem dominar completamente o idioma local) para me sustentar onde quer que fosse. Trabalhar de fora do país quando se pode usar a internet nem é tão difícil quanto parece. Alguns clientes só souberam que eu estava fora quando já estava voltando ao Brasil. 🙂
No fim das contas, a mudança de país não foi tão traumática, tampouco a volta ao Brasil, já que em ambas as situações eu tinha “meu emprego garantido”. Veja só: o empreendedorismo, com todos os seus altos e baixos, acabou se tornando meu porto seguro.
Das vantagens e desvantagens
Ser freelancer e empreendedor part-time é vantagem na hora de diminuir os riscos. Além do lado financeiro, você tem um plano B em relação ao seu emprego CLT. Imagine que amanhã venha a acontecer um grande corte de custos na empresa onde você trabalha. Como fica? O melhor é nunca ser pego de surpresa.
Do outro lado, sua ideia de negócio também pode não se provar lucrativa, ou talvez você precise modificá-la muitas vezes antes de sair algo rentável, ou você pode querer criar uma clientela antes de alçar voo. Então o emprego pode segurar as pontas para você durante esse tempo, e as noites maldormidas valerão a pena mais adiante.
Last but not least
Sim, ser empreendedor part-time é nada fácil. Sem dúvida é um investimento. Você vai investir horas de descanso e lazer durante a transição. Abrirá mão até de estar com seus amigos e sua família, talvez. Meu maior conselho é: faça valer a pena; faça por motivos que tirem você da cama pela manhã e façam você dormir satisfeito à noite.
Busque por aquilo que acredita ser o certo, e não porque alguém disse que é legal.
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Carolina Machado acredita no poder que as palavras têm e por isso trabalha com elas. Graduada em letras pela PUCRS. Revisora há 7 anos e criadora do blog revisaoparaque.com