Anualmente o Coworking Brasil, em conjunto com outros parceiros, produz um censo que mostra em números como o mercado vem se desenvolvendo no país.

Este ano a pesquisa saiu um pouco mais tarde do que normalmente é divulgada, mas foi por uma excelente causa. Nós ampliamos o estudo, adicionamos perguntas referentes a como os espaços são construídos, como eles movimentam a economia e as comunidades locais, e qual sua perspectiva para o futuro do negócio em si. Os resultados foram incríveis.

Tivemos adesão enorme e conseguimos levantar números realmente significativos que serão fonte riquíssima de informações para todos que desejam entender como o coworking vem amadurecendo, seja como cultura, seja como business.

Nos próximos dias, faremos uma série de artigos comentando alguns dos resultados mais interessantes, trazendo recortes e análises únicas. Se você não quer perder, cadastre-se na nossa newsletter para receber os artigos em primeira mão. Mas nesse momento já podemos destacar alguns pontos:

Jornal da Globo divulga o Censo Coworking Brasil 2017

810 espaços conhecidos – crescimento de 114% em relação a 2016.

Eu sei, a princípio o número assusta e pode parecer inflado, mas garanto que não é. Fizemos um trabalho detalhado e com muito carinho para levantar o total de espaços. Você pode conhecer a metodologia utilizada em detalhes aqui. Mas, em resumo, você deve se atentar a duas coisas:

  1. O Censo considera espaços individuais. Uma empresa com 3 unidades corresponde a 3 espaços.
  2. Não cabe ao Coworking Brasil julgar o que é coworking e o que não é. Nosso papel é disseminar a cultura e entender como ela se desenvolve no país.

Dito isso, identificamos alguns motivos que claramente contribuíram para o crescimento tão expressivo do número de espaços nos últimos meses:

1. Adoção do modelo por Business Centers

Espaços de negócios tradicionais viram no coworking uma oportunidade (ou uma ameaça?) e decidiram dedicar um cantinho da sua estrutura para estações de trabalho compartilhadas. Alguns de forma mais tímida; outros entraram de corpo e alma. Como o modelo de business center é muito mais consolidado e antigo, isso ajudou muito o coworking a chegar a locais onde antes ainda não estava presente.

2. Experimentação e aventura

Também vimos vários casos de empresas que decidiram experimentar compartilhar parte do seu escritório como forma de rentabilizar uma área ociosa. São agências de propaganda, estúdios de design, estúdios fotográficos, entre outros diversos tipos de espaços que antes eram subutilizados e agora estão abrigando novas empresas, gerando networking e ajudando negócios a serem fechados. Talvez você goste disso, talvez não.

3. Centros de empreendedorismo e universitários

Aceleradoras, universidades e até mesmo projetos governamentais começam a entender os benefícios de criar e manter o espaço de trabalho compartilhado como forma de fomentar o empreendedorismo em suas comunidades locais. Algumas vezes esses espaços são fechados para públicos específicos; outras vezes, abertos a todos interessados.

4. E, por fim, o amadurecimento do mercado brasileiro

Entre final de 2016 e início de 2017 vimos diversos espaços de coworking ganhando corpo, crescendo e ampliando suas atividades. Teve espaço que iniciou operação dentro de prédio inteiro, tiveram outros que abriram novas unidades em outras regiões, aqueles que cresceram e pegaram a sala do vizinho e quem começou a arriscar em franquia. Enfim, muitos espaços nacionais aprenderam como o mercado funciona e decidiram investir na ampliação do negócio. Além, é claro, da chegada de grandes players internacionais como WeWork e Spaces.

210 mil pessoas circulando por esses espaços

Entre as diversas perguntas do Censo, algumas tinham a intenção de entender o real impacto que este mercado está provocando na sociedade. Antes do total de coworkers ao redor do país, estávamos especialmente interessados em descobrir o público total que circula mensalmente dentro desses espaços. E o número é incrível.

Todos os meses mais de 200 mil pessoas passam por um espaço de coworking no Brasil. Seja para participar de um evento, comparecer a uma reunião, tomar um café ou efetivamente sentar e trabalhar.

Os espaços começam a se tornar o ponto de encontro de uma nova geração, mais conectada e interessada em compartilhar. Uma geração que aos poucos vai aprendendo que “nós” fazemos mais do que “eu”. As comunidades locais aos poucos irão começar a ver o coworking como uma atividade que valoriza a região, atrai pessoas mais conscientes e ajuda a finalmente descentralizar as congestionadas cidades.

82 milhões de reais movimentados em 2016 – 23% dos espaços pensam em expandir ou já estão fazendo

Com um faturamento médio de 235 mil reais por ano, o coworking deixa de ser um movimento meio hippie e definitivamente se torna um negócio no país. Enquanto 5 anos atrás a grande maioria dos espaços eram experimentais, até um pouco informais, hoje vemos empresas com planos de crescimento sólidos e faturamento de 7 dígitos para cima.

Temos 15% dos espaços com projetos de expansão já em andamento, e outros 8% que pensam em fazer em breve. Se somarmos as empresas que se consideram maduras e estáveis (8,28%) e quem já passou da fase inicial e está indo bem (29,75), temos mais de 60% mercado com percepção otimista.

Além disso, 25% dos founders acreditam que existem poucos espaços na sua região e que o mercado ainda pode continuar crescendo.

Colaboração na raiz: 73% já indicaram um espaço concorrente

De todos os resultados, o que particularmente me deixa mais animado é saber que a grande maioria dos founders consegue ver que este é um momento de o mercado estar unido para trabalhar junto com foco no crescimento e na popularização de todo o segmento.

Não importa quão grande seja seu espaço, nenhum coworking brasileiro consegue suprir todo tipo de perfil

Não importa quão grande seja seu espaço, nenhum coworking brasileiro consegue suprir todo tipo de perfil. Existem coworkers que precisam de espaço; outros, de atenção. Existe quem precisa estar na muvuca e quem quer estar o mais longe possível dela.

Mais de 70% dos founders entendem isso e não hesitam em indicar um concorrente direto quando percebem que não podem suprir as necessidades daquela pessoa. Coworking tem colaboração no nome; quem não percebe isso definitivamente está no mercado errado.

O Censo Coworking Brasil 2017 levantou muitos outros dados, e você pode conferir todos eles no link abaixo. Compartilhe com todos os amigos! 😃

Confira todos os resultados do Censo 2017

E para você? Qual foi o dado mais surpreendente? Me conta aqui nos comentários!

PS: Você sabia que os espaços que participam da nossa comunidade já tinham recebido este estudo com exclusividade vários dias atrás? Se você tem um espaço de coworking, clique aqui para participar e receber outras vantagens 😉