Não é problema algum optar por um coworking meramente para reduzir custos. Afinal, esse é, de fato, um dos primeiros atrativos para alguém que busca um espaço compartilhado. É como em um relacionamento: talvez a beleza ou a simpatia do seu parceiro tenha sido a primeira característica que te chamou atenção, mas, com o tempo, as outras qualidades fazem com que você se apaixone de vez.
Para a Livia Ferraro, arquiteta de Florianópolis, foi mais ou menos assim que começou a relação com o coworking. A primeira experiência foi a de dividir um escritório com uma amiga que tinha uma agência de eventos. O objetivo original era reduzir os custos altos de manter um escritório próprio. Como as duas possuíam negócios pequenos, a ideia de unirem forças pareceu ótima. No fim das contas, foi melhor do que elas podiam imaginar.
“Deu super certo! Trabalhando juntas, acabávamos fechando mais clientes, porque as pessoas iam no escritório, conversávamos e trocávamos contatos. Passávamos clientes para eles e fazíamos várias parcerias”, conta.
Foi aí que a Lívia começou a abrir mais os olhos para a ideia de compartir um espaço de trabalho. Nessa época os coworkings ainda estavam engatinhando no Brasil, então nem passava pela cabeça da arquiteta ganhar dinheiro com a proposta. Ela estava em busca de um lugar maior para o seu negócio, e daí veio a ideia de partilhar o ambiente com outras empresas. O coworking próprio surgiu para que ela e outros profissionais da arquitetura pudessem atuar próximos e com menos gastos de estrutura e manutenção.
O que era para ser uma mera conveniência acabou virando motivo de encanto e paixão. “Minha vida mudou muito depois do coworking. Você sai de um espaço fechado, recluso e você amplia seus horizontes e sua rede de contatos. Esse espaço que eu montei acabou virando um coworking e possibilitou muita troca, novas experiências e novos projetos para todos os lados”, explica.
Eu acho que o mais rico de um coworking é a troca
No quesito profissional, a junção de diferentes pessoas em um mesmo ambiente também foi superpositiva para Livia: “A gente acabou agregando muitos arquitetos. Alguns estagiários que trabalhavam na minha empresa acabaram se formando e foram fazer parte do coworking. E aí o que aconteceu foi que a gente conseguia ter uma estrutura muito enxuta de empresa, mas podíamos contar com o trabalho lado a lado com outros arquitetos. Então assim, percebi que você não precisa estar com uma empresa muito inchada, com muitas pessoas contratadas”.
Aos poucos, funcionando como uma cooperativa de arquitetos, o modelo de trabalho era benéfico para todas as partes. Quando haviam mais projetos em pauta, Livia tinha ao redor diferentes profissionais para trabalhar em parceria. Eles montavam equipes e podiam trabalhar diariamente lado a lado, facilitando o workflow.