Empreender é incrível, mas melhor ainda é quando dá para pensar em um negócio próprio que também gere benefícios para muito mais pessoas e, preferencialmente, para o mundo de forma geral. Então que tal apostar no empreendedorismo sustentável? Afinal, se você está prestes a começar um projeto, porque não fazer com que ele combine uma geração de riquezas com o desenvolvimento responsável?

Veja bem, não estamos aqui para ditar que tipo de negócio você deve ter, apenas queremos mostrar como o green thinking é mais do que uma tendência mundial e sim o futuro – que na verdade já é presente, e faz tempo.

Mas afinal, o que é o empreendedorismo sustentável?

O termo é relativamente novo no Brasil, e muita gente ainda pensa que ele está relacionado apenas às grandes empresas que optam por um prédio com cisternas para captar água da chuva ou com aproveitamento máximo da energia solar como fonte de abastecimento, por exemplo.

Claro, esses dois exemplos que citei também são uma forma de empreender sustentável, mas esse segmento tem muito mais a abranger. O conceito engloba toda e qualquer empresa que pense no ciclo completo do negócio, onde nada se perde e que, assim, o trabalho se sustentará naturalmente ao longo dos anos.

Basicamente, o conceito engloba um pensamento cada vez menos egoísta e consumista. Claro que todo mundo quer criar um negócio rentável para ter uma vida confortável, mas será que não dá para fazer isso gerando o menor impacto possível para o planeta?

Li em algum lugar uma vez que sustentabilidade é a busca por uma vida equilibrada, o que faz sentido. É um modo de viver mais saudável e que não precisa viver as custas de outros. Uma empresa que tenta viver saudável e equilibrada, ou seja, sustentável, pensa em seu sucesso a curto, médio e longo prazo.

É preciso acreditar no poder de fazer a diferença

Já ouvi de muita gente que tem certas atitudes, como por exemplo separar o lixo em casa, que não adiantam nada, que o problema é muito maior do que isso. Mas a questão do pensar consciente, algo extremamente necessário para quem quer empreender sustentável, deve fazer parte da essência da empresa e de todos os seus fundadores e colaboradores.

Como em tudo na vida é preciso acreditar, e se essa for a sua opção de nicho de mercado, tenha isso muito firme na sua missão, na sua visão e nos seus valores. Aos poucos, o que era só um sonho vai se enraizar no conceito da marca, vai virar parte da estratégia e quando você menos perceber todo mundo vai estar comprando a sua ideia.

Aproveite o momento que o planeta vive e as transformações no consumo – já falamos sobre isso neste texto aqui sobre Sharing Economy, lembra? – para unir seus projetos de trabalho com os projetos de um mundo melhor!

Projetos sustentáveis para admirar


Revoada
Duas amigas de Porto Alegre se uniram para dar nova vida a resíduos que estavam fadados a espera de centenas de anos poluindo a natureza. Com uma sócia publicitária e outra estilista, a Revoada nasceu para criar acessórios como mochilas a partir de câmaras de pneus e nylon de guarda-chuva.

Além do material 100% reciclado, o bacana é que nenhuma bolsa é igual, já que os forros são feitos a partir de guarda-chuvas encontrados no lixo.

Whoop
Essa não é uma marca originalmente sustentável, mas que no meio do caminho entendeu que precisava criar algo a partir do reaproveitamento. Foi aí que criaram uma coleção de tênis feitos a partir de garrafas pet recicladas e sem o uso de corantes.

Além disso, o processo de produção do tecido feito do plástico ainda tem como fato positivo o uso de água cinco vezes menor, reduzindo a emissão de CO2.

Insecta Shoes
Assim como a Revoada, a Insecta Shoes, a partir de seu garimpo sustentável, cria produtos praticamente exclusivos para seus clientes. Com sapatos ecológicos e veganos, a marca gaúcha criada em 2014 faturou R$ 1 milhão em 2015 – aquilo que falamos anteriormente, que se você acreditar nos seus valores os outros também irão acreditar.

Os tecidos para os sapatos são encontrados em brechós, o que faz com que uma estampa seja usada menos de cinco vezes. O produto ainda utiliza plástico reciclado no contraforte e na couraça, borracha captada no excedente da indústria calçadista e algodão reciclado. Como contam em seu site, em dois anos já reaproveitaram 2.100 peças de roupas, 630 quilos de tecido e 1.000 garrafas pet.

Bossa Social
Quando se pensa em moda se pensa em consumo exacerbado, certo? Então você precisa conhecer o conceito de slow fashion que muitas marcas de moda sustentável têm adotado. Como é o exemplo da Bossa Social, que cria peças versáteis e atemporais, que não seguem tendências limitadoras e, portanto, possuem uma vida útil/fashion maior.

Nesse exemplo a matéria-prima não é reciclada nem nada do tipo, mas é sustentável por priorizar fornecedores brasileiros, além de contar com o trabalho de costureiras de comunidades carentes e de cooperativas. Ah, e a cada peça vendida pela marca uma camiseta de malha é doada para pessoas carentes.