O Coworking Brasil é várias coisas, entre elas, uma plataforma agregadora de espaços de coworking. Nós reunimos em um mesmo local, centenas (ao redor de 800 no dia que escrevo) de espaços de trabalho compartilhado ao redor do Brasil. Algumas plataformas, como a coworker.com ou o coworkingmap.org fazem isso a nível global. É um puta desafio.

Nós temos desafios técnicos, como manter a base de dados atualizada e funcionando. Desafios éticos, como (tentar) definir o que é coworking para saber se entra ou não na base. E desafios econômicos, como o caso daquele espaço esperto que diz “eu pago 10x mais se você me deixar no topo da lista”. Todos eles, fazem parte do negócio e vem de brinde quando você decide empreender nesse ramo.

Mas no fim, qual o real propósito dessas plataformas? Alguns dizem que são empresas de publicidade, e servem pra anunciar o seu espaço. Outros interpretam simplesmente como um “bom negócio de SEO”, colocam o seu link nelas apenas para ganhar parte do prestígio e força que o domínio possui em palavras-chave importantes no Google. E tem, é claro, quem é totalmente contra e ainda vê a gente como um competidor direto.

Eu não posso falar por todas as plataformas, mas pra mim, o papel do Coworking Brasil não é nenhum desses acima. Nós temos dois objetivos principais: primeiro, colocar um holofote no seu espaço para que ele seja encontrado mais facilmente. Depois, ajudar na articulação de iniciativas que reúnam todos os espaços em conjunto.

Nós vendemos visibilidade

Uns anos atrás falamos sobre o que os espaços deveriam vender. Nada mais justo falar também sobre o nosso produto. A gente não vende publicidade, a gente vende visibilidade.

Não confunda visibilidade com publicidade. Quando você fala de publicidade, você fala de termos como CPC (custo por click), ROI (Return on Investment) e um monte de outros dados que serviços puramente de publicidade como Facebook Ads e Google Adwords adoram falar.

Quando o seu espaço está listado em uma plataforma, é diferente. É o caminho inverso. Você não está indo atrás do seu cliente, enchendo a timeline dele de banners e anúncios. É o seu cliente que está vindo procurar você. Ele já sabe que precisa de um espaço de coworking, agora basta convencê-lo de que o seu é a melhor escolha.

Essa é o principal motivo pelo qual nós optamos em não trabalhar com success fee (eu sei, marketing é cheio de termos engraçados). Mas basicamente, nós trabalhamos com uma mensalidade fixa, e não um percentual sobre vendas. Optamos por esse modelo porque pra nós, todos os espaços são iguais. Por isso, todos devem ter acesso a plataforma pelo mesmo valor. Claro que você pode optar pelo nosso plano com mais destaque, mas ele apenas acelera os seus resultados. A base da plataforma, está disponível igualmente para todos.

Quando você trabalha com base em comissão por vendas, a gente entra em um problema moral grande. Afinal, alguns espaços convertem mais do que outros. Algumas empresas tem preços mais elevados que outras. Se a gente optasse em receber uma fatia dos contratos fechados, talvez a gente precisasse privilegiar quem traz mais faturamento pra nós. Isso não quer dizer que nunca vamos trabalhar baseado em fee, mas apenas que não deverá ser isso nossa principal fonte de receita.

Aliás, não tem absolutamente nada errado nesse modelo. É quase o famoso “ganha-ganha”. Se a plataforma converte, ela recebe. Se não converte, não recebe. Pode parecer tentador pra você, gestor de espaço, pensar assim. Mas a verdade é que esse modelo pode ser super predador, já que a plataforma precisa fazer o possível e impossível para converter clientes e garantir a sua sobrevivência. Aqui, nosso foco principal é diferente. A gente não quer enviar leads a todo o custo. A gente quer te ajudar a educar o seu cliente, para que ele entenda que precisa de você, por conta própria. Isso leva mais tempo, e isso converte mais indiretamente que diretamente. No longo prazo, no entanto, a gente acredita que compensa.

É uma escolha que tem a ver com nosso propósito, é como nós nascemos, e é como chegamos aqui. Cada plataforma tem sua história e seus objetivos.

Uma plataforma deve converter em clientes?

Sim e não. O que uma plataforma faz é abrir um leque de opções para um cliente. Olha, você está buscando um coworking em São Paulo, que seja 24 horas e acessível para cadeirantes? Toma, essas são as opções disponíveis. A partir de agora, é sua decisão qual espaço escolher, e responsabilidade dos gestores entenderem suas necessidades e oferecerem um produto que cumpra isso.

Como fundador ou gestor de um espaço de coworking, é o seu papel garantir que seus clientes vão ser bem atendidos. Que terão um ambiente limpo, bem decorado e agradável de frequentar. Que as cadeiras não dão dor nas costas, o ar-condicionado está bem regulado, e principalmente, que os seus coworkers estão felizes no seu espaço. Não tente atribuir a responsabilidade de fechar contratos para plataforma onde você cadastrou o seu espaço. Se o seu espaço não for legal, estiver em uma área com pouca demanda, ou não agregar nada novo em relação ao mercado existente, a verdade é que você não tem um bom produto. Tem muito pouco que a gente possa fazer a respeito.

Não tente atribuir a responsabilidade de fechar contratos para plataforma onde você cadastrou o seu espaço.

Não é responsabilidade da plataforma vender o seu produto. É nossa responsabilidade garantir que os potenciais clientes saibam que você existe e o que o seu produto pode oferecer pra eles.

Pra isso, a gente faz muita coisa. Nós investimos pesado em criar um site fácil de usar, que coloque toda informação necessária de forma clara e objetiva pro cliente. Nós testamos variações de formatos, cores, posições, textos. Tudo o que é preciso pra garantir os melhores resultados.

É nossa responsabilidade estar bem ranqueado nos mecanismos de busca. A gente se orgulha de dizer que somos o primeiro resultado orgânico no Google pra grande maioria de pesquisas relacionadas ao termo coworking. Se você já tentou aparecer na primeira página de pesquisa em cidades concorridas como São Paulo, sabe a dificuldade disso. Precisa concorrer com outros espaços mais antigos que o seu, reportagem de jornal gigante, um monte de anúncios caríssimos do próprio Google, além, é claro, das próprias plataformas.

E a verdade é que quando você precisa vencer empresas como nós, a BeerOrCoffe, coworker.com, deskwanted, etc – que possuem uma preocupação diária com o posicionamento do nosso site, e tem um profissional exclusivo pra pensar nisso – é uma missão impossível. Você nem deveria estar tentando, lembre-se, somos parceiros. Esqueça a primeira posição da sua cidade, a menos que ela seja muito pequena ou que você esteja disposto a comprar ela através de anúncios no Google. A única forma de você conseguir isso por um valor abaixo de R$ 5,00 o clique é estando presente na plataforma que está nas primeiras posições. Porque esse é o nosso papel, lembra? Garantir que você esteja na primeira página, sendo encontrado.

Além disso, existe um segundo fator importante. Seja qual for o diretório, todos eles carregam uma força de marca junto. Uns mais positivos, outros nem tanto, mas todos possuem. Estando junto dessas plataformas você herda parte desse “endosso” que a plataforma passa. Isso chama branding, e é um assunto fascinante super difícil de construir. Leva alguns anos, dá trabalho, e muitas vezes passa desapercebido por todo mundo que não é da área. É um ganho completamente indireto, que não se pode medir em “KPI” de campanha.

Quer outro ganho indireto, que também é responsabilidade da plataforma? Justamente manter um bom “carma” com os mecanismos de busca, para que a gente possa transferir parte desse carma para o seu site através de um link dofollow, ajudando o seu site a ranquear mais alto. E com a batalha feroz pela primeira posição, as vezes basta uma estratégia mal pensada pra plataforma ser penalizada e perder boa parte do seu trabalho. Manter esse bom carma é mais difícil que parece. Uma das formas que nós fazemos isso, por exemplo, é a penas permitir links dofollow para sites de espaços verificados, garantindo que não seremos bombardeados de cadastros fake apenas para “aproveitar” do nosso pagerank forte. E note que apesar de anteriormente eu ter dito que a primeira posição é quase impossível, pra alguns termos (como o nome do seu espaço), você ainda pode aproveitar muito da força que as plataformas passam.

Um mercado de colaboração, que (quase) não colabora

Existe algo mais paradoxal que isso? Coworking vende colaboração, mas raramente nos unimos para co-criar. A concorrência é forte, muitas vezes desleal, eu sei. Mas ao mesmo tempo, a boa vontade e desejo de ver o próximo prosperar é super presente e um alicerce do no nosso segmento. Eu sempre defendo que tem espaço pra todo mundo, e novamente, cabe ao coworker tomar a melhor decisão. Sem medo de concorrência, por favor.

Pensando nisso, nós temos um segundo e ambicioso papel: fazer o mercado colaborar entre si. Investir em iniciativas em conjunto, pra ver todos crescendo juntos. E aqui me arrisco a dizer que o Coworking Brasil seja uma das poucas plataformas que decidiu abraçar esse desafio. As vezes parece impossível, cada um com seus interesses, mas a gente tenta.

Com iniciativas como o Censo, onde centenas de espaços do Brasil todo abrem o jogo (e seus números) para que a gente tenha um estudo qualificado e um bom panorama futuro. Ou campanhas pontuais que apoiamos diretamente, como o Coworking Day, ou o Encontro Coworking Brasil (quem já foi, sabe que é uma experiência incrível).

Some a isso todo o conteúdo que a gente cria, conversando com gestores de diferentes espaços, sobre diversos assuntos, que normalmente você não teria tempo ou acesso pra fazer. Por algum motivo, os founders tem uma confiança grande na gente, e sempre que conversamos com eles, somos muito bem recebidos. Nós conseguimos extrair informações valiosas, que com o tempo viram artigos e materiais pra toda a comunidade.

Nem sempre acertamos

Com objetivos ambiciosos, tropeços acontecem. As vezes erramos, acontece.

Em iniciativas passadas nós já trouxemos projetos que não fazia sentido pro mercado. Ainda temos uma certa dificuldade, também,  em remover da plataforma espaços que estão desativados. Entre outros inúmeros problemas que enfrentamos. Mas no fim, sucesso ou fracasso, cada passo, cada movimento, é sempre focado nesses dois pilares principais: te ajudar a ser encontrado, e te conectar a grandes projetos do mercado. É pra isso que o Coworking Brasil existe.

As outras plataformas que você faz parte também te ajudam nisso? Então perfeito, nunca deixe de apoiá-las!

E se você acredita que nós podemos te ajudar ainda mais, que existem coisas a melhorar aqui no nosso trabalho, vou deixar o link pra você conversar diretamente comigo via WhatsApp aqui. Eu adoraria bater um papo e entender como podemos te ajudar 🙂