Essa é uma medida que mostra o quanto uma empresa está envolvida com causas, projetos e melhorias para a sociedade. No ambiente de espaços compartilhados, o coworking também pode estar relacionado à geração de impacto social.

Embora os open offices tenham surgido diante de uma necessidade empresarial e corporativa, o movimento de coworking se desenvolveu quase como uma necessidade da sociedade. Então, não faltam exemplos do setor envolvido em causas sociais. Afinal, não devemos nos esquecer de que, acima de tudo, espaços compartilhados estão ligados à colaboração e ao senso de comunidade — e isso pode se expandir e ir além das paredes do local de trabalho.

Ajuda ao Nepal

Em 2015, o Nepal sofreu com um intenso terremoto que destruiu boa parte do país e deixou quase 10 mil mortos e mais de 20 mil feridos. Diante da necessidade de arrecadar bilhões para a reconstrução do país, o Movimento Coworking se inspirou em ações estrangeiras e motivou as doações.

Para estimular a colaboração, foram distribuídos ingressos para uso gratuito, por um dia, de espaços de trabalho em todo o país. Em troca, bastava fazer uma doação de qualquer valor.

Além de atrair pessoas que ainda não tinham conhecido certos espaços e de estabelecer uma colaboração inédita entre os coworkers, essa foi uma forma de levantar uma quantidade considerável de recursos para a causa.

As chuvas na maior cidade do país

Nos dias de nuvens carregadas, São Paulo costuma enfrentar dificuldades, com alagamentos em vários pontos da cidade e interrupção de alguns serviços de transporte, além do longo trânsito. Então, como fazer para chegar ao ambiente de trabalho?

Foi pensando em responder essa pergunta da melhor maneira possível que a união de coworkings da Grande São Paulo criou a iniciativa “Unidos”. Graças a ela, os profissionais que estiverem com problemas de locomoção puderam trabalhar nos locais, durante o horário comercial, sem nenhum custo.

As opções se estenderam da Zona Sul à Zona Leste, passando pelo Centro e incluindo até Guarulhos e Osasco. Essa foi uma oportunidade de apoiar a comunidade de coworkers em um momento tão necessário.

Desenvolvendo negócios de impacto social

Quando pensamos em causas sociais e na participação do coworking nelas, existe outra possibilidade a considerar: o foco nos negócios que são voltados para gerar impactos sociais. Na prática, alguns espaços compartilhados passaram a focar em negócios que têm como propósito o desenvolvimento de soluções para a sociedade.

O Impact Hub, por exemplo, desembarcou em terras paulistanas ainda no começo do movimento de coworking no Brasil e se moldou ao longo do tempo. Embora tenha encerrado as atividades no começo de 2021, o foco sempre esteve em empresas com novas soluções e, ao mesmo tempo, capazes de causar um impacto positivo na sociedade.

Outro exemplo de uma iniciativa do tipo é o Socialworking, criado pelo Instituto Legado, de Curitiba. O ambiente é exclusivo para a atuação de coworkers ligados a negócios de impacto social, focando na colaboração para gerar resultados cada vez maiores.

Além do próprio ambiente de trabalho, eles contam com eventos e atividades que levantam questões importantes, como o Festival Legado Delas, que trouxe debates sobre o papel da mulher no mercado.

Tudo isso inicia conversas e reflexões que podem dar origem a novas soluções e propostas que causarão impactos em toda a sociedade.

No Rio de Janeiro, a iniciativa privada também decidiu investir nesse segmento. O instituto Oi Futuro, da operadora Oi, criou o espaço conhecido como Lab Oi Futuro.

Ele é focado na economia social e criativa da cidade, abrindo as portas para artistas e empreendedores do terceiro setor. Além de contar com um ambiente moderno, traz projetos focados no desenvolvimento de iniciativas e até na aceleração de startups.

Para participar, empreendedores sociais precisam passar pela seleção de um edital público, mas também é possível conhecer o ambiente como visitante.

Apoio em meio à pandemia

A pandemia do coronavírus trouxe sérios impactos na sociedade e na economia. Mesmo os espaços de coworking sofreram com as restrições de funcionamento e as dificuldades encontradas por muitos coworkers. No entanto, algumas iniciativas sociais também foram pensadas para unir espaços colaborativos e o apoio nesse momento.

O Maia Coworking, por exemplo, abriu as portas no Parque Shopping Maia. Logo no início, a ideia foi trazer condições diferenciadas. Para os empreendedores, o mês de inauguração contou com um subsídio de 50% na hora cobrada nos planos.

Além disso, o coworking disponibilizou a estrutura gratuitamente para estudantes que iriam prestar o Ensino Nacional do Ensino Médio (Enem).

A Coworking Town também se envolveu em uma campanha de apoio social. O espaço apoiou a doação de cestas básicas para a ONG Gerando Falcões. A ideia era apoiar famílias sem condições financeiras durante momentos críticos da pandemia.

O impacto do coworking na sociedade

Quando olhamos para todas essas vertentes de geração de impacto social, é fácil perceber que não, o coworking não envolve apenas negócios, não é? Por mais que o modelo de negócio esteja consolidado e trazendo cada vez mais oportunidades, não é necessário abrir mão das causas sociais — pelo contrário.

Já que estamos em um mercado colaborativo, em que a integração é um dos pilares do sucesso, faz sentido apoiar a comunidade e ajudá-la a desenvolver impacto verdadeiro na sociedade.

Com o crescimento da economia colaborativa e do empreendedorismo social, essa é uma das maiores missões do mercado de coworking. Saber aproveitar e seguir nesse caminho pode atrair um novo público e gerar conexões com grande potencial de resultados.

O setor de espaços compartilhados pode (e se possível, deve), sim, se envolver com causas sociais que gerem impactos positivos. Ao desenvolver iniciativas do tipo, seu espaço fica mais conectado com a comunidade local, auxilia uma causa importante e no fim das contas, “faz a sua parte”. Como empresário, nem sempre é “apenas negócios”. E se você compartilha essa filosofia, coworking é o segmento ideal para empreender. O que você pensa sobre a atuação social dos coworkings? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais e converse com outros founders.

 

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