O coworking é mais que um espaço para trabalhar por conta própria ou dar novos ares ao trabalho remoto. O ambiente é pensado na colaboração, na conexão entre pessoas e na construção de jornadas das quais todos podem se beneficiar.

Basta falar com um coworker ou mesmo com um fundador ou gestor que você saberá de contatos que se transformaram em parcerias de sucesso ou que foram muito além do imaginado. E nós fomos atrás de algumas dessas histórias de conexões e networking que rolaram em espaços e merecem ser lidas.

Incubando empresas em espaços de coworking

Neste artigo as experiências e histórias ligadas não são contadas apenas do ponto de vista dos coworkers. Os gestores também têm um papel fundamental, como é o caso de Diego Costi, fundador do O Penal Creative Coworking, de Curitiba.

Ele nos conta que o nome veio de “local onde se guardam as penas, que eram as antigas canetas”. Para remeter ao propósito do espaço, que é o de trazer essas “penas que já voaram nos ares da criatividade, para as mãos de suas realizações”. Ou seja, inspirar para realizar.

Para isso, os ambientes seguem essa proposta de leveza, mas também trazem toques coloridos e criativos. Na prática, todo o conjunto de características ajuda a atrair pessoas e empresas focadas em criar e inovar. Diego se lembra, em particular, de um negócio que ajudou a impulsionar.

“Passaram empresas por aqui, que cresceram tanto que percebemos que o coworking acabou sendo uma incubadora para eles durante aquele período. Um desses casos foi uma empresa farmacêutica de produtos infantis”, começa…

Ele fala da Likluc, que desenvolve produtos essenciais e inovadores para deixar a rotina de cuidados com bebês e crianças, como o acessório que auxilia naquele velho medo de tomar vacina – e tudo isso começou aqui nos dois anos que eles passaram conosco no espaço, relembra saudoso.

Construindo novos modelos de negócios

Outra história que Diego nos contou faz referência à trajetória de sucesso de Gabriela Emmerich, responsável pelo estúdio Peppe Design. Embora hoje ela seja uma referência para muita gente, ele recorda os primeiros passos desse caminho.

“Ela aproveitou realmente o coworking no estado pleno, pedia muitas opiniões e conversava com todos aqui. E eu lembro que estava num momento difícil da carreira, cortando gastos, tentando otimizar seus ganhos ao máximo, e quando eu olhei os trabalhos dela, comecei a buscar possibilidades de auxiliá-la nessa jornada”.

Em meio a essa troca de ideias, Diego percebeu que ela tinha um diferencial conhecido como facilitação gráfica. Ele explica:

“São pessoas que conseguem sintetizar, ou seja, retratar com primazia para colocar no papel uma cena, seja uma palestra ou conversas informais.”

A partir dessa percepção, resolveu fazer uma proposta para a designer, para impulsionar o seu desenvolvimento: “se você focar nesse método de desenho, você pode ficar aqui e eu incubo a sua empresa. Ela ficou tão feliz com a oportunidade que concordou em se comprometer e investiu mesmo nisso. A gente conversava sempre e começaram a surgir cada vez mais trabalhos pra ela. Foi uma coisa muito incrível, que logo ela já conseguia se manter por conta própria com os custos aqui do coworking”, comenta.

Pouco tempo depois, a estratégia tinha dado tão certo que Gabriela alçou voos maiores, ainda que longe daqui.

“E cresceu tanto que passou a atender o Brasil inteiro, nem conseguia mais parar aqui, só viajando para participar de eventos como palestrante referência nesta área. Hoje, realiza e propaga eventos online sobre facilitação gráfica.”

O sucesso todo Diego credita às habilidades dessa profissional incrível e também ao ambiente que o coworking proporcionou para o seu desenvolvimento.

“Ela é uma pessoa que atingiu um patamar de excelência alto por todo mérito de seu talento. Embora, também acredite que o ambiente e as trocas de experiências que tivemos aqui no coworking, tenha sido um elemento-chave para que isso acontecesse.”

Networking é a chave para o sucesso de qualquer negócio

Do ponto de vista dos frequentadores dos espaços, as histórias também marcam e têm uma grande importância em suas vidas. Para Rodrigo Schvabe, sócio da agência de marketing digital Mercado Binário, o ambiente colaborativo e o networking tiveram um grande peso em seu desenvolvimento.

“Eu e meu sócio, Raphael Lacerda, nos conhecemos em um evento de empreendedores, na PUC, organizado pela Empreenda Mais. Lá também estava a Raquel Dombroski, antiga sócia-proprietária do Opera Coworking. Eu e o Rapha conversamos, vimos que tinha fit no que fazíamos e marcamos de nos encontrar lá no coworking para aproveitar e conhecer o espaço”, relembra.

Passado algum tempo, fechamos uma parceria com o Opera e passamos a ocupar uma mesa no coworking, ainda sem serem sócios e estarem lá simultaneamente. Mas tudo mudou, quando recebemos uma sugestão para começarmos a atender clientes juntos, então eu fiz a proposta para Rafael de oficializar a parceria e deu certo.

“A gente acordou que eu ficaria com a parte do comercial e ele com a parte das entregas. Então, parei de atender meus clientes, ele os dele e começamos a fazer as entregas juntos. A partir daquele momento, começamos a dividir todos os custos e lucros da empresa”, conta.

A formalização da sociedade só aconteceu de verdade quando os dois começaram a trabalhar juntos no coworking. Em determinado momento, chegaram a ter 29 colaboradores no espaço e a experiência rendeu muitos frutos.

“Foi muito legal que a gente ficou ali no coworking por uns três anos, trabalhando com a equipe, crescendo com o coworking. Como no Opera Coworking não tinha sala privada, então, a gente ficava ali no meio da galera, com pessoas trabalhando de um lado da sala, outras no outro. Era bem divertido”, relembra.

Com a pandemia, Rodrigo conta que as coisas mudaram, mas que as histórias que eles viveram no coworking, assim como o networking que eles tiveram a oportunidade de criar permanecem e são essenciais para o seu negócio.

“Antes da pandemia, a gente subiu para a cobertura, pegamos três salas com uma vista ampla para o Museu do Olho aqui de Curitiba. Mas veio a pandemia e tudo mudou. Tivemos que entregar o escritório. Ainda assim, é legal contar essa história e reviver o início dessa conexão. Fizemos vários amigos de outras empresas que começaram no coworking com a gente, que cresceram e que continuamos em contato e isso é networking”, encerra.

O que podemos perceber com esses relatos, que é tanto para gestores de espaços, quanto para os frequentadores, o compartilhamento de um ambiente dinâmico e com infraestrutura adequada para os profissionais, cria conexões verdadeiras, gera bons negócios e mostra como pode ser uma chave para o sucesso de muitas empresas.

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