Ano passado foi o ano da live! Todo mundo estava testando, errando e aprendendo. A ideia era não perder o contato com o seu público. Se ele não pode vir até você, vá você até ele, certo? Com tanta live rolando, um movimento super interessante aconteceu. Os youtubers e pessoas “comuns” começaram a dar um show de qualidade e profissionalismo em relação as empresas e profissionais de comunicação. Muitos no instinto mostraram que sabiam o que e como fazer muito melhor que projetos com orçamentos gigantes.
Nós falamos em artigos anteriores sobre a importância do seu espaço se manter conectado aos coworkers, mesmo que a distância, e também sobre como trabalhar o engajamento em seus eventos online. E agora vamos a uma lista de aprendizados de 2020 nesse mundo de lives e transmissões. São passos imprescindíveis antes de você ligar a câmera e iniciar a sua transmissão.
Conteúdo, convidados e adaptação ao formato digital
Como já sugerimos anteriormente, o ideal é encontrar temas que vão interessar ao público que você deseja atingir. Também já falamos sobre a escalação de convidados e em como achamos válido manter sua comunidade envolvida. Use a expertise dos membros do seu espaço. Cada um deles, certamente, terá algum conhecimento específico para compartilhar.
Caso queira abordar um tópico e não tenha nenhum especialista de dentro do seu espaço, você pode expandir o olhar para sua cidade ou região. É sempre bacana dar voz e fortalecer quem está ao seu entorno. A partir daí, você precisa escolher um formato que tenha a ver com a temática abordada. Você pode mediar um bate-papo, promover uma palestra com um ou mais convidados, ou mesmo colocar todo mundo junto em uma sala virtual para um happy-hour.
Logo mais vamos falar das opções de plataformas. Mas, primeiro você precisa entender que a dinâmica dos encontros online é um pouco diferente dos presenciais. Você pode conhecer um ótimo palestrante que consegue envolver o público durante quase três horas, mas será que isso se sustenta quando é virtual?
O conteúdo e o formato devem ser atualizados para o online. É preciso considerar que, talvez, seu coworker não consiga ficar duas horas sozinho em um espaço em casa. Os filhos podem surgir para demandar atenção, o cachorro pode ser uma distração, ou mesmo a live pode parecer desinteressante para alguém sem muita paciência de ficar sentado por horas assistindo algo em uma tela. Portanto, manter a atenção e o engajamento do público é um pouco mais difícil que no presencial. Se optar pelo formato palestra ou workshop, encontre formas de ser rápido e objetivo.
Já se a ideia for um bate-papo, considere que, quanto mais pessoas presentes na plataforma, mais confuso pode ficar. Você já experimentou alguma vez fazer uma call com quatro amigos ou mais? Com o delay no áudio sempre rola de um se atravessar na fala do outro e você acaba não entendendo nada. Logo, eventos com menos gente podem até parecer “muito esforço para pouco resultado”, mas, ao fim, a experiência é bem mais agradável para os poucos participantes.
Quando houver muita gente participando no formato bate-papo, é preciso que todos compreendam que há alguma ordem e minutos limitados para cada um. Tenha um mediador que consiga regular de forma sucinta e justa a participação de todos. Outra alternativa é usar uma plataforma que possua chat, assim as pessoas podem escrever suas ideias sem interromper a fala um do outro.
Plataformas
Existem diversas alternativas e o ideal é que você o canal que você já possui mais engajamento ou aquele que funcionar melhor para a sua proposta de live. Algumas das plataformas mais usadas ultimamente:
- Facebook: é possível fazer transmissões ao vivo pela página do seu coworking. O bacana dessa opção é que, após a live, o próprio Facebook mostra dados e métricas importantes sobre a transmissão. Dá para ver dados sobre o perfil do público e também os números de acesso e engajamento. Assim você pode fazer uma análise de resultados para te ajudar nos próximos eventos. Outra coisa bacana é que o Facebook notifica todos os seguidores da sua página toda vez que você entra ao vivo. Depois, se preferir, você pode deixar a transmissão salva na timeline da sua page. Espia esse link aqui que tem um passo a passo bem explicado!
- Instagram: ainda nas redes sociais, aproveitando que todos os seus seguidores são notificados quando você entra ao vivo, você pode fazer lives pelo Instagram Stories. Há a possibilidade de convidar amigos para participar da live, no formato hangout. Após o término, a transmissão fica salva no Instagram pelas 24h seguintes. O lado bom é que isso desperta curiosidade e um senso de imediatismo nos seus seguidores. Mesmo que eles não saibam que você vai entrar ao vivo, como as lives ficam em destaque na home, é provável que uma boa parte dos seus followers dê uma espiada para ver o que você está transmitindo. Ah, também é possível salvar o vídeo no seu celular, caso você queira postá-lo em outro canal como o Youtube ou Facebook. Dá uma olhada aqui para entender todas as possibilidades da live no Instagram.
- Youtube: é possível fazer uma transmissão agendada, o que é bem positivo, pois você já tem o link antecipadamente para mandar para os interessados ou para seu mailing. Caso seja um conteúdo exclusivo para os seus coworkers, você pode transmitir apenas para quem tem o link previamente. Dá para salvar a live como um vídeo no seu canal ou fazer download do vídeo e editá-lo, deixando mais sucinto e até adicionando efeitos visuais e outras informações que ficaram faltando durante a live. Confere aqui esse passo a passo bem ilustrativo.
- Zoom: é o aplicativo ideal para os encontros com sua comunidade ou com número limitado de inscrições, pode ser usado tanto no celular como a versão para desktop. A opção gratuita do app permite até 25 pessoas e reuniões que durem até 40 minutos, além de enviar convite de participação por e-mail, SMS e redes sociais e, durante as chamadas, têm opções de envio de arquivos e textos. Tudo bem explicadinho aqui!
Às vezes, se o espectador precisa fazer download de um aplicativo, pode haver um certo receio, um medo de não saber usar as funcionalidades. Por isso, para escolher bem a plataforma de transmissão, é importante identificar o perfil e onde está a sua audiência.
Detalhes técnicos de transmissão
É essencial pensar em uma qualidade mínima de transmissão, porém não precisa se preocupar se você não tem um set cinematográfico em casa. Dá para configurar tudo sozinho, mas se você tiver alguém que more com você para te ajudar a fazer testes de enquadramento, luz e som, ótimo!
Vamos a alguns pontos para prestar atenção:
- Iluminação: tente encontrar um espaço que não seja nem muito escuro e nem excessivamente claro. Se for durante o dia, fique próximo de uma janela e aproveite a luz natural. Importante dizer: você sempre deve ficar de frente para a entrada de luz, caso contrário quem te assiste não vai te enxergar e verá apenas um clarão com uma sombra no meio. No vídeo abaixo tem uma explicação legal para você entender melhor esse jogo de luz e sombra, além de algumas sugestões de luzes.
- Conexão: quem faz a transmissão precisa ter certeza que a conexão de internet é alta e estável. Faça testes nos dias anteriores da live. Se o encontro for mediado por outra pessoa, ofereça o seu espaço de coworking como sede. Afinal, por lá você tem certeza que a conexão é boa e sem instabilidades.
- Imagem: todo mundo está produzindo conteúdo em casa, não se preocupe se você só tiver a webcam do computador ou a câmera do celular. Porém, se você pretende seguir com uma programação regular de lives, pode ser uma boa investir em uma webcam externa HD. Caso a câmera do celular tenha boa qualidade, o investimento pode ser em um suporte para o aparelho, algo barato e fácil de encontrar em lojas online. Aqui neste post tem algumas sugestões, já com preços e especificações técnicas para você entender melhor.
- Som: encontre uma sala silenciosa e sem muito eco. Garanta que você não será interrompido – dá até para colar uma plaquinha na porta avisando “estamos no ar!”. Caso a transmissão seja feita pelo computador, é bem provável que o microfone da sua máquina não seja o suficiente. Se você não tem um microfone de lapela ou de mesa, que também podem ser novos investimentos junto com a webcam externa, use seu fone de ouvido. Assim o áudio é captado com mais precisão e você também pode escutar melhor.
Pelas dicas que demos, você pode perceber que dá para fazer uma transmissão com tudo que você já tem em casa. Mas que tal incluir no orçamento de investimentos um kit bacana para o seu coworking? Câmera, suportes, microfone e iluminação artificial podem ser um diferencial para manter na sala de reuniões do seu espaço.
Se você estiver pensando em um set um pouco mais profissional, confere esse vídeo que tem dicas bem bacanas:
Divulgação
Depois de decidir que tipo de encontro quer realizar, se vai ter convidados e quem serão eles, com um dia e horário programados, é a vez de apostar na divulgação. É difícil acertar na medida de antecedência da divulgação, se for muito antes, as pessoas podem acabar esquecendo. Se for muito em cima da hora, é possível que as pessoas não consigam encaixar a live em suas agendas ou que elas nem fiquem sabendo.
Uma semana antes parece ser um tempo bom, não mais que 10 dias. Nos dias anteriores ao evento, dê uma intensificada. Use as redes sociais, mande mensagem direta para o Whatsapp ou inbox dos seus coworkers – se tiver esse grau de intimidade, claro. E não esqueça da velha e boa newsletter, seu mailing é um dos seus maiores aliados.
Quando for passar as informações do evento, certifique-se que está tudo muito claro. O que é o evento? Para quem? Que dia? Que horário? Lembre-se que no Brasil existem diferenças no fuso horário e, se a sua ideia é que sua live seja divulgada para pessoas de todos os lugares, é importante padronizar a hora com o horário de Brasília.
Se for preparar uma arte para fazer compartilhamento nas redes sociais ou por e-mail, enfatize o canal da transmissão dando destaque para o logo da rede que for utilizar.
Pronto! Agora você já sabe como planejar os primeiros encontros online do seu coworking. Fique atento à sua timeline e outras marcas que podem servir como inspiração. Todo mundo que hoje faz lives de sucesso teve que começar do zero. Tenha paciência e persistência!
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Esse artigo faz parte de uma série de conteúdos sobre como criar eventos online para a sua comunidade. Leia os capítulos anteriores:
- Eventos online: Será que têm a ver com seu espaço?
- Como engajar sua comunidade em encontros digitais?