Se de um lado temos a capital de São Paulo com quase 300 espaços dos 1.194 revelados pelo Censo Coworking Brasil 2018, há de se olhar com atenção para o crescimento dos coworkings em cidades do interior. Eles estão ganhando cada vez mais força e já totalizam 35% dos espaços compartilhados pelos país. O número pode não parecer gigante, mas esse é um avanço bem importante para o cenário nacional.
O dado é um bom sinal de que, após uma década de presença em território brasileiro, os coworkings estão conseguindo penetrar até mesmo as localidades menores e muitas vezes um pouco mais resistentes às novidades do mercado. Compartilhar um escritório não é mais apenas algo que se vê entre os prédios e vias movimentadas de grandes cidades como São Paulo ou Rio de Janeiro. Coworking agora é realidade mesmo nas regiões com culturas mais fechadas e em lugares em que o tradicional ainda parece a melhor escolha.
Há diferença entre os coworkings da capital e do interior?
É importante lembrar que o Censo 2018 analisou todos os municípios brasileiros com mais de 150 mil habitantes. Nosso time de pesquisadores conseguiu encontrar coworkings em 169 desses municípios, nos 26 estados. O estudo desse ano mostrou que 35% dos coworkings estão no interior.
Como já falamos neste artigo aqui, algumas diferenças são bem notáveis quando comparamos os espaços das capitais e os de outros municípios menores. E, se analisarmos os recortes do Censo 2018, essas características só se evidenciam. Alguns dos pontos mais bacanas que podemos destacar no panorama geral nacional:
Tempo de permanência:
Tanto no interior como na capital a maioria dos coworkers permanece no espaço entre 6 e 12 meses. O plano mensal é o mais utilizado nos espaços, mas no interior os pacotes costumam ser mais mesclados.
Perfil do coworker:
Em ambos os cenários as empresas, em sua maioria, são de até 3 pessoas (40%). Mas, no interior, os coworkers individuais são bem expressivos (24%), enquanto nas capitais essa taxa cai pela metade, ficando em 12%.
Ainda falando em coworkers: no interior, são cerca de 17 residentes e 138 pessoas circulando mensalmente; na capital, são 24 coworkers fixos e 216 profissionais circulando por mês.
Localização:
Os bairros residenciais estão crescendo! É claro que a maioria dos espaços (64%) ainda tem uma vizinhança tipicamente escolhida por empresários para sediar seus negócios. Mas é bem interessante notar como, no interior, 30% dos coworkings já são em bairros residenciais e, na capital, 48% dos espaços está inovando e tocando seus negócios de bairros que não são tradicionais para empresas funcionarem.
Maturidade:
No quesito maturidade, os espaços de interior são mais iniciantes que os da capital (42,5% x 25%). O legal é que em ambos os perfis uma parcela dos coworkings já estuda expansão e/ou já está com projetos em andamento (17% no interior x 24% nas capitais).
Quando questionados sobre lucratividade, os espaços de interior pareceram um pouco mais equilibrados do que os da capital. 46% teve seus números dentro do esperado ou acima, contra 39% da capital.
Um dos números que é semelhante e superpositivo é de que a maioria dos espaços já indicou coworkers para outros coworkings da cidade (70% no interior, 82% na capital).
Dificuldades inicias:
Dentre as dificuldades, os quadros parecem ser opostos: no interior, o mais obstáculo ainda é explicar o conceito de coworking para a comunidade; na capital, o maior desafio tem sido encontrar os primeiros clientes.
Se você quiser analisar todos os detalhes de perfil, evolução, comunidade e maturidade dos coworkings, é só acessar o estudo detalhado do Censo. Você pode utilizar os filtros que preferir para um diagnóstico mais específico.