*Por Tiago Alves

Não é nenhuma novidade que o turbulento cenário econômico brasileiro, nos últimos tempos, exige um grau cada vez maior de adaptação e versatilidade de todos os setores, desde os colaboradores até os gestores. Com as startups não poderia ser diferente, dado o dinamismo que as envolve e o espírito empreendedor que as guia.

O ato de empreender no Brasil é por si só carregado de dificuldades em qualquer época. Mas, em tempos de crise, elas são multiplicadas, e isso acaba indo ao encontro de um dos pilares do que define uma startup: empresas que geram modelos de negócios de baixo custo a partir de propostas inéditas.

Com o fator baixo custo mais evidente do que nunca, acaba se tornando essencial cortar gastos sem perder em infraestrutura e capacidade de atendimento. É aí que entra em cena um conceito que não para de crescer no Brasil e no mundo: os espaços corporativos compartilhados.

As vantagens são imensas e em todos os setores que uma startup exige, porém destaco as que considero extremamente fundamentais:

Redução de despesas fixas

Os escritórios compartilhados podem colaborar na diminuição de gastos e melhor controle das contas como água, luz e manutenção com os equipamentos de escritório, que muitas vezes variam no orçamento mensal e dificultam a programação financeira da startup.

Facilidade no transporte

Os coworkings podem ser também aliados na redução de custos (e de tempo no trânsito!) com transporte. Isso porque a sua empresa pode fazer um acordo com uma rede de escritórios compartilhados, com espaços em diferentes locais da cidade, facilitando a rotina dos colaboradores, que se beneficiam de um office perto de casa e ganham em tempo de deslocamento.

Além disso, algumas iniciativas começam a chamar a atenção, como por exemplo o Spaces Vila Madalena, em São Paulo, que oferece bicicletas elétricas para o vai e vem dos coworkers, tanto para o deslocamento casa-trabalho, como para uma reunião durante o dia.

Proximidade com fornecedores e clientes

Outra vantagem é justamente estar próximo não apenas da casa dos colaboradores, mas também estar alocado perto de seus clientes e fornecedores. Independente se eles ficam em regiões diferentes, com o aumento na oferta de coworkings, você pode contar com uma rede de espaços e ter escritórios por toda parte.

Networking

Os espaços compartilhados formam uma cadeia de empresas em que, muitas vezes, fornecedores e clientes podem estar não apenas nas proximidades, mas trabalhando lado a lado no mesmo local, o que facilita o relacionamento e permite o networking com outras companhias e startups.

Infraestrutura

Alguns serviços e a infraestrutura são outros dos benefícios de trabalhar em espaços compartilhados. Sinal Wi-Fi de qualidade, a limpeza dos escritórios e, claro, o café nosso de cada dia, ficam a cargo do coworking.

Em um primeiro momento você pode pensar que são serviços simples, mas, principalmente para startups, esses podem ser mais alguns itens para a lista de problemas no momento de montar o escritório da empresa.

Com o uso de um espaço compartilhado, as startups podem usufruir de uma estrutura independente e funcional. Assim, eliminam as pequenas dores de cabeça e podem ficar livres para focarem 100% em suas atividades.

 

Em um panorama que envolve mudanças rápidas e constantes, prazos enxutos e clientes com demandas cada vez maiores, os escritórios compartilhados são uma opção vantajosa e segura para que as startups foquem suas forças em apenas uma direção: desenvolver novas soluções para prosperarem (elas próprias) e também impulsionar a economia do país.

Tiago Alves é CEO do Grupo IWG no Brasil, responsável pelas marcas Regus e Spaces. Tem MBAs em Gestão Empresarial (FGV) e Business & Management (Universidade da Califórnia, Irvine) e está há dois anos e meio à frente da missão de liderar a revolução nos espaços de trabalho no Brasil. Acredita que as startups são parte fundamental do dinâmico processo de mudanças que o mercado de trabalho está passando.