Durante muito tempo, os profissionais tinham três formas principais de trabalhar: na empresa, em casa e em hotéis, durante as viagens a trabalho. A chegada do coworking mudou a perspectiva dos profissionais, trazendo ambientes que favorecem a colaboração. Mas o que acontece quando existe a união do coworking em hotel?
Esse é um novo cenário que tem ganhado força no Brasil e em outras partes do globo. Agora, não são apenas os viajantes que podem aproveitar a estrutura hoteleira para trabalhar, já que a comunidade pode explorar essa alternativa.
Para mostrar o panorama da novidade que une hotel com coworking, separei as informações que você precisa ficar de olho. Confira!
O novo modelo pelo mundo
A ideia de um hotel com coworking já vem sendo adotada em diversos países, seguindo os planos de redes hoteleiras com interesses variados.
No Oriente Médio, há o exemplo do Hotel Tryp by Wyndham, de Dubai, onde foi criado o espaço conhecido como NEST. No local, os coworkers encontram áreas integradas para o trabalho, com bastante conforto.
Além disso, mesmo quem não for hóspede do hotel pode ter acesso às suas facilidades, como a academia ou a piscina.
Já o Raffle Singapore tem uma proposta diferente. O objetivo é abrir uma de suas suítes de luxo para coworkers, na iniciativa chamada de “Work from Home”. A ideia é criar um ambiente com cara de casa, sem deixar a estrutura e a colaboração de lado.
E não são apenas hotéis de grandes redes que fazem a transformação. O hotel independente Zoku, em Amsterdam, une hospitalidade e espaço compartilhado para conectar profissionais viajantes e locais.
Um dos pontos altos é que, ao redor do mundo, as soluções têm sido variadas. Além de transformar áreas de eventos e quartos individuais, muitos hotéis têm usado o espaço disponível no lobby para criar ambientes produtivos e de compartilhamento.
O desembarque do coworking em hotéis no Brasil
Os hotéis brasileiros também têm adotado a nova forma de oferecer serviços e de atrair interessados. Um dos expoentes do movimento é a Accor, líder hoteleira no país e responsável pela operação de hotéis como Ibis e Mercure.
Em 2020, a rede inaugurou a operação da marca Wojo, existente desde 2019 e que traz modelos de coworking diretamente para o mundo hoteleiro.
Outras redes em solo brasileiro têm adotado ou pretendem iniciar a oferta de serviços desse tipo, o que indica que a tendência de coworking em hotel só tende a se fortalecer. A ideia inicial é focar nas metrópoles e nos centros com grande movimentação de pessoas e negócios.
Porém, dependendo da evolução dessa solução, poderemos encontrar hotéis com coworking em cidades de médio ou mesmo de pequeno porte.
Recuperação da pandemia como motor propulsor
Mas por que dar início ou estruturar agora o projeto no Brasil e mesmo em outras partes do mundo? A resposta varia para cada local, é claro, mas existe um denominador comum: a pandemia do novo coronavírus.
Com os impactos causados pela emergência global de saúde, voos foram suspensos e hotéis tiveram que fechar as portas temporariamente. Tudo isso derrubou os níveis de ocupação e, consequentemente, a receita.
Mesmo com a reabertura gradual, a situação exigiu manter o sinal de alerta. Afinal, muitas empresas diminuíram custos (e reduziram ou acabaram com viagens de funcionários) e tantas outras mudaram de vez o modelo de negócio, priorizando o home office.
Tudo isso afastou o cliente corporativo dos hotéis. Com o turismo em baixa, o cenário demandou mudanças. A adoção do coworking em hotéis vem para contornar isso e favorecer a atração dos profissionais locais, em busca de um local para trabalhar.
Privacidade e estrutura para um novo cliente
Em termos de diferenciais, o hotel com coworking busca trazer qualidades que aproximem o público dessa solução. Quanto à estrutura, a alternativa consegue oferecer um padrão de serviço que está atrelado aos anos de experiência no setor hoteleiro.
Há casos em que os profissionais podem aproveitar o restaurante, o bar, o café ou mesmo a lavanderia — por taxas extras ou com preço incluso. A intenção é aproximar a ideia de “lar fora do lar”, favorecendo a praticidade, a segurança e a qualidade de atuação.
Além disso, os hotéis têm um diferencial que outros coworkings nem sempre apresentam: a privacidade. Além de terem espaços coletivos e salas de reunião, o modelo de coworking em hotel permite transformar unidades que serviriam como quartos em escritórios privativos.
Isso favorece o trabalho de quem busca um espaço funcional, estruturado e individual, ao mesmo tempo em que ajuda a explorar a integração ao contratar outro tipo de plano de coworking.
Flexibilidade como chave do modelo
As reservas de hotéis se tornaram mais flexíveis com o passar dos anos, principalmente graças à entrada de novos players, como o Airbnb. Para um hotel com coworking isso é ainda mais verdadeiro.
Afinal, o coworker pode escolher que tipo de espaço deseja acessar para atender às suas necessidades. Depois, pode definir se pretende pagar por dia, por semana ou por mês e escolhe a forma de pagamento.
Além de tudo, é possível selecionar serviços complementares ou pacotes que atendam melhor às demandas. Tudo isso faz com que os coworkers possam montar um modelo que faça sentido para as próprias necessidades, em busca do máximo aproveitamento da solução.