O mercado freelancer no Brasil tem crescido muito nos últimos anos e, com a reforma trabalhista e a economia incerta, esse tipo de trabalho tende a se expandir nos próximos anos. E se para muitos a vida como freela ainda é apenas um desejo, para muitas pessoas já é uma realidade.

Em pesquisa realizada pela Rock Content, We Do Logos e 99jobs, 9.561 pessoas responderam questionamentos sobre o mercado freelancer — 77,3% dessas pessoas já trabalharam como freelancers, os demais participantes têm interesse de ingressar nesse negócio.

Nos tópicos abaixo você confere alguns dos principais resultados da pesquisa:

Perfil geral do freelancer brasileiro

Segundo a pesquisa, em um panorama geral é possível dizer que o freela brasileiro é jovem e tem entre 20 e 29 anos e possui ensino superior. Ele trabalha com Marketing Digital e sua graduação é em Comunicação Social.

Quando se fala em tempo de mercado, ele tem menos de três anos de carreira, mas isso já é o suficiente para ele se considerar um especialista no que faz.

A média salarial do freelancer brasileiro é de menos de R$ 1.000. Mas tudo bem, isso não parece ser um empecilho para seguir na carreira, já que a trajetória se constrói rapidamente e em pouco tempo a média de renda aumenta consideravelmente.

O freela brasileiro é bastante ativo, gosta de trabalhar em casa e aposta no boca a boca para divulgar seus serviços.

Ah, importante dizer que esse é o perfil geral, ok? Nos tópicos abaixo vamos mostrar os demais dados levantados para você compreender melhor o cenário.

Faixa etária

Um dos fatores que chamou atenção na pesquisa foi a variedade quando o assunto é faixa etária: a maior porcentagem de freelancers têm entre 20 e 25 anos (36,9% dos participantes), mas outras 5 faixas de idade apareceram na pesquisa, variando entre menores de 20 anos até pessoas com mais de 40.

Escolaridade

Como falamos lá em cima, a maior parte dos freelancers possui alta escolaridade. 41,7% deles têm graduação completa, 25,8% ainda estão estudando ou não finalizaram seu curso e 24,7% têm pós-graduação.

Áreas de atuação

Em geral, é possível dizer que o freelancer possui ensino superior. Um número que chama atenção é que 73% dos freelas são de Humanas (a maior parte é formada em Comunicação Social), enquanto 16,7% são de Exatas, 2,4% de Biológicas e 7,8% são de outras áreas.

Alguns fatos curiosos: 39,4% dos profissionais não atuam em sua área de formação. 50,6% deles porque não encontrou emprego em sua área e outros 34,2% por escolha própria, seja porque encontraram uma oportunidade melhor em outro ramo, porque decidiram empreender ou porque realmente não gostavam da sua área original.

 Trabalhos oferecidos

Os números desse tópico são bem gritantes: 61,5% dos participantes trabalha com Marketing Digital, enquanto 27,8% está na área de Design e Criação. Surpreendentemente, mais da metade dos respondentes (53,1%) trabalha com apenas uma especialidade, o que indica uma tendência à profissionalização dos freelancers.

Tempo de mercado

Mais da metade dos participantes (55,1%) se considera especialista em sua área de atuação. Essa característica é bem interessante se levarmos em conta que, observando o tempo de mercado, a maioria ainda está no começo da vida profissional — 62,3% têm menos de três anos de carreira, 30,8% estão há menos de um ano no mercado.

O número alto de freelancers com pouco tempo de mercado também se deve à crise econômica, que diminuiu o número de empregos criados anualmente.

Todavia, o fato de já se considerarem especialistas em até três anos de carreira aponta que o freelancer brasileiro não associa tempo de mercado a expertise.

Remuneração

Se você está interessado em começar como freela, certamente você quer saber quanto dinheiro dá para fazer, certo? Bom, 32,9% declara ganhar entre R$ 100 e R$ 500 mensais, enquanto 26,2% ganham entre R$ 1.000 e R$ 5.000 por mês.

O que mais chamou atenção nesta parte do estudo foi que o aumento dos ganhos é consideravelmente rápido. Também ficou claro que os profissionais que não se consideram especialistas em seu ramo são os que ganham menos e, do outro lado, 67,5% dos freelas especialistas afirmam ganhar mais de R$ 500 por mês. Para 41,8% deles a renda chega a ultrapassar os R$ 1.000.

Rotina dos freelas

Esse é um ponto bem importante para compreender melhor o mercado freelancer. A periodicidade dos trabalhos dá uma boa ideia de como esse tipo de trabalho tem crescido. A maior parte dos entrevistados (27,2%) ainda não possui uma rotina definida, mas 21,1% já faz projetos de freela diariamente, o que é um número bem expressivo.

Ainda tem os 19,5% que fazem freelas semanalmente e 20,5% que trabalham como freelancers mensalmente.

Também é interessante notar que 36,6% dos profissionais que fazem freelas diariamente dizem dedicar entre 5 e 8 horas diárias a esses projetos. Outros 32,9% dedicam entre 2 e 8 horas. Ou seja, o mercado, em geral, é bem ativo.

Local de trabalho

Como o mercado freelancer ainda está amadurecendo, ainda é gritante a quantidade de profissionais que fazem seus projetos em casa. 85,5% optaram por tocar seus freelas em estilo home office, enquanto 18,1% trabalham diretamente nos clientes e 6,1% em coworkings.

Divulgação

Como já citamos nos tópicos acima, a maior parte dos profissionais trabalha com Marketing Digital. Então o que podemos esperar da divulgação desses jobs? Que eles sejam feitos na internet, certo? Grande parte dos freelas (52%) faz sim a divulgação dos seus trabalhos na web, mas ainda é a propaganda boca a boca que garante um bom retorno. 57,8% dos freelas se divulga dessa forma, o que só confirma a importância das boas relações e do networking.

Como consequência, 71,5% dos freelas consegue pegar novos trabalhos por conta das indicações de amigos, familiares e clientes. Apenas 16,5% consegue jobs através das redes sociais.

Dificuldades

O mercado freelancer está em crescimento, mas os profissionais ainda encontram algumas dificuldades. A principal delas é como conquistar novos clientes: 59,5% dos participantes da pesquisa afirmam passar por isso.

Para 49,4% dos freelas também há dificuldade em definir o preço do próprio trabalho, enquanto 40,2% não estão conseguindo conquistar seu lugar ao sol e 20,5% sequer sabem que lugar seria esse.

Entre os itens que os freelancers mais sentem falta estão a estabilidade financeira (64,7%); os benefícios da CLT, como férias e 13º (38,6%); a rotina definida (21,4%); as férias regulares (16,7%); e o relacionamento interpessoal (15,1%).

Isso tudo quer dizer que: nem tudo são flores para os freelas. Portanto, se você quiser entrar nessa, é preciso analisar muito bem antes de largar seu emprego formal.

 

Qualidade de vida

Um dos tópicos que mais gostamos de ver nessa pesquisa foi o que fala das motivações dos freelas. Embora saibamos que fazer uma graninha extra e a dificuldade em encontrar um emprego formal sejam alguns dos principais impulsos para virar freelancer, a qualidade de vida também é um grande incentivo.

Cerca de 42,5% dos participantes apontaram a flexibilidade e a liberdade (34,2%) como razão para se tornarem freelas.

Se você deseja entrar nesse mercado, seja para ganhar uma grana extra ou mesmo para mudar os rumos da sua carreira, confira aqui a pesquisa completa. Tem vários pontos que valem ser analisados com calma, e o estudo sobre o mercado freelancer no Brasil é bem completo, mostrando vários detalhes de todos os nichos que apareceram entre os dados levantados, além de tendências para o futuro.