Para algumas pessoas o coworking já é um lifestyle definitivo. Quem entrou nessa dificilmente quer sair e faz com que a sua vida toda se adapte às experiências compartilhadas. Mas, para grande parte da população, esse assunto ainda é uma incógnita. E é aí que podem surgir muitas dúvidas sobre coworking, mas nada que um coworker não consiga responder.

Algumas são engraçadas, outras são bem pertinentes. Mas o fato é que, ao conversarmos com pessoas que não entendem muito dessa tendência, precisamos ser pacientes para mostrar tudo de bom que o coworking pode proporcionar.

Vem ver quais são os questionamentos mais recorrentes:

1. Como assim você não trabalha em um lugar fixo?

Em geral, o mais chocante para os “leigos” é o fato de que os coworkers não trabalham em um único lugar fixo. Uma das coisas mais estranhas para eles é o fato de você poder escolher o seu próprio escritório, fugindo do trânsito e das longas distâncias, normalmente optando por um lugar mais próximo de casa.

Não se adaptou ao primeiro espaço eleito? Dá para testar outros e trocar! O formato tradicional de escritório vem sofrendo uma série de mudanças nas últimas décadas — dá para acreditar que há não muito tempo os funcionários fumavam cigarros sem ter que sair de sua mesa de trabalho?

Assim como nos acostumamos com outras evoluções, muito em breve o conceito de escolher o local de trabalho será algo comum para a grande maioria.

2. Quer dizer que a pessoa que trabalha do seu lado não é necessariamente sua colega?

Essa pergunta vem com variações do tipo “então você não conhece a pessoa que está do seu lado, é isso?”. Essa é a hora de explicarmos que, na maioria dos casos, os coworkings abrigam freelancers, autônomos e pequenas empresas. Então, sim, o colega ao lado não é um colega de empresa, mas não deixa de ser um companheiro de trabalho. Um co-worker, como a palavra já se auto explica.

3. Não é estranho trabalhar com pessoas de diferentes áreas e empresas?

Um dos pontos que as pessoas mais estranham é justamente uma das características cruciais do coworking: trabalhar e se conectar com pessoas de diferentes áreas de conhecimento. Talvez no início, colocar lado a lado um designer de moda e um advogado pode parecer inusitado, mas essa é justamente uma das grandes vantagens desse formato de trabalho.

A criatividade, os insights e inspirações tendem a acontecer de forma muito mais acelerada em espaços compartilhados com diferentes nichos de atuação. Pense que você sempre estará aprendendo algo novo!

4. Como funciona isso de não ter horário a cumprir?

Perceba como a maioria das perguntas estão relacionadas à liberdade no dia a dia. O fato é que as pessoas têm uma certa dificuldade em compreender que é possível ter uma carreira séria e comprometida com benefícios como a flexibilidade.

A resposta é simples: sim, você define o horário do seu expediente. Claro que, em geral, os coworkers trabalham durante o dia, mas se quiserem podem labutar tranquilamente durante a noite. Imagine só a cara daquela tia mais antiquada quando você falar que o seu coworking fica aberto 24 horas e nos finais de semana também?

5. Como o seu chefe deixa você trabalhar de um lugar que não seja a sede da empresa?

Para quem não é freelancer ou dono da sua própria empresa instalada em coworking, a dúvida gira em torno dessa coisa de estar longe da sede oficial da empresa. Outro ponto a ser explicado com paciência, já que para muita gente ainda é muita informação entender como funciona a logística das grandes companhias.

Como explicar para a sua avó que você está em São Paulo trabalhando para uma empresa chinesa e que você não tem crachá e nem precisa bater ponto?

6. Tá, mas qual é a vantagem disso? Por que você não trabalha em casa, então?

Bom, uma vez que você conseguiu explicar como funciona a sua independência e liberdade, a grande questão se transforma: agora os novos conhecedores do termo coworking querem saber por que você não fica trabalhando em casa e aproveita para economizar uma grana.

Aí você tem que explicar que o home office é sim uma tentação, mas que muitos infortúnios acompanham esse aparente paraíso. A cama que fica convidando para uma soneca no meio dia, os cachorros que ficam latindo, o vizinho cortando a grama, o carteiro tocando a campainha e assim por diante.

Sem contar o leque de oportunidades que se cria a partir das novas conexões feitas no espaço compartilhado — oportunidades essas que você jamais teria se ficasse em casa isolado.

O que um baby boomer deve achar de trabalhar em um coworking?

Como algumas pesquisas mostram, cerca de 78% das pessoas que trabalham em coworkings têm menos de 40 anos. Ou seja, é um fato que essa cultura ainda é uma novidade e muitas vezes uma completa incógnita para pessoas que se aproximam (ou que já estão) da terceira/melhor idade.

Mas com os espaços compartilhados se firmando cada vez mais não somente nas grandes cidades, a tendência é que cada vez mais faixas-etárias comecem a aparecer entre as shared desks. E que ótimo! Estamos ansiosos para que isso aconteça!

Para exemplificar as principais impressões de um baby boomer (pessoas nascidas entre 1946 e 1964) ao trabalhar em um coworking, deixamos como sugestão de leitura este artigo aqui. No texto, uma mulher de 60 anos conta como foi seu ingresso em um espaço compartilhado em Minneapolis, nos Estados Unidos.

Entre as principais e curiosas observações dela estão o fato de que quase todos os coworkers são capazes de falar e digitar ao mesmo tempo; que ninguém além dela se lembra da presidência de Ronald Reagan, muito menos do dia em que John F. Kennedy foi morto; e que ir de bicicleta para o trabalho é muito mais “cool” do que de carro.

E você, quais perguntas inusitadas já teve de responder para alguém que não fazia ideia do que se trata um coworking?